domingo, dezembro 26, 2004

Então é isso. 2004 vai ficar mesmo como um ano ruim. Não que tenha sido de verdade. Só que, sabe aquelas pessoas esforçadas e atenciosas, mas que não sabem muito bem como fazerem as coisas darem certo? Pronto. 2004 é tipo elas. Por mais coisas boas que tenha trazido, aquele climinha de que algo não estava certo foi constante ao longo de seus 366 dias - e parece até sacanagem que tenha sido um ano bissexto. Porém, para não ser mais chato do que de costume, talvez seja melhor falar das coisas boas, afinal, como disse, esse ano teve bastante.

- Esse foi mesmo o ano de Kill Bill: não sei se foi "o" melhor filme que eu vi esse ano, mas é daqueles filmes que faz pensar em como está certo em seu amor, muitas vezes incondicional, por filmes.
- Filmes importantes nos momentos em que eu vi: Encontro e Desencontros, Dolls, Homem Aranha 2, 33, Brilho eterno..., O pântano, Temporada de Patos (a surpresa ou "valeu, Fábio Leal"), Chuvas de Verão (outra surpresa).
- Dogville
- Mestres: Woody Allen - gostei muito do revisionismo de Igual a tudo na vida, foi bom tê-lo visto nesse final de ano, sem falar na Christina; Tim Burton - gosto de lembrar de Peixão, embora não tenha me causado tanto impacto como é comum nos filmes dele; Clint Eastwood - mais um daqueles "não é exatamente o que parece"; Betolucci - nesse caso, eu gostei mais de ver Os Sonhadores do que de lembrar dele; Almodóvar - sua inesperada, ao menos para mim, incursão pelo cinza e porque um filme com Moonriver, mesmo em espanhol, nunca vai ser ruim.
- Blake Edwards recebendo um Oscar especial, só para lembrar que o cinema ainda não consegue voltar a fazer comédias como a dele (nem ele mesmo consegue mais).
- Redescobertas (ou como DVD é algo legal): destaque para os dois Era uma vez de Leone (reflexo do ano Kill Bill, em certa medida), e para a versão integral de O Profissional (aka Leon) que eu pude enfim ver. Almost Famous foi um caso a parte, porque nunca fiquei tão feliz de rever um filme (vale ressaltar que também era a versão intgral que vem no disco dois do DVD duplo, também nunca vista).
- Ainda sobre DVD, só mais uma palavra: Possession.

- Ter descoberto Siegfried Kracauer foi indispensável, e ter lido Nelson Brissac Peixto falando sobre imagens, paisagens e presença foi de fazer chorar.
- Ter ensinado: gostaria que as aulas tivessem sido melhores, mas fiquei satisfeito, principalmente ao ver os alunos comentando sobre os assuntos dos textos que eu passei para eles lerem, principalmente pelas análises dos filmes exibidos durante as aulas.
- Ter passado Asas do Desejo para a turma: pode ser que eu me torne um bom professor no futuro, pode ser que não, mas acho que a reação da classe ao ver esse filme, ao qual poucos tinham assistido, é algo que vai marcar para sempre.

- O show do Teenage Fanclub: foi especial. Não só porque foi um show maravilhoso, mas por ter me dado orgulho dos meus amigos envolvidos na produção.
- Aquela coisa toda que foi o show do Kraftwerk: vá-la que os caras fazem a mesma coisa que faziam trinta anos atrás, mas se o que eles faziam era bom, continua sendo.
- O show de Brian Wilson em uma palavra: lindo
- Ter visto Brian Wilson na minha frente autografando meu Smile duas vezes.
- Paulinho da Viola no Guararapes: não sei porque esperei tanto para ver um show dele. Tinha perdido no carnaval, mas consegui compensar. Valeu, mestre.
- Profiterolis no Barramundo e no Gororoba da Moeda: foram dois shows em que tudo soou perfeito para mim.
- O lançamento de Coisas, de Moacir Santos, em CD: foi o presente que eu me dei de Natal.
- O compacto de Muito Estranho, de Dalto: só para lembrar que uma das minhas lembranças mais antigas é de estar cantando essa música quando criança.
- O show do Primal Scream: pela pegada e por ter me feito ressuscitar.
- Mellotrons no Maurício de Nassau e no Mad Pub: o primeiro foi incrível, o segundo foi tosco, mas a banda se sai bem de qualquer forma.
- PJ Harvey: o show da minha vida. Porque ter terminado com To bring you my love foi algo para fazer o mundo desabar. Por ela ter dito que nunca tinha visto tantos rostos sorridentes e por um desses rostos ter sido o meu.

- Ter assistido LIT com Sil.
- Ter assistido Brilho eterno... sozinho.
- Ter comprado o Clube da Esquina, pois antes eu só tinha uma cópia em CD-R.
- Dar a minha cópia em CD-R do Clube da Esquina para Mari.
- Minha viagem para São Paulo. Ter revisto Gabi depois de um longo tempo. Ter ficado na casa de Bandeira que me mostrou uns lugares bem legais.
- A noite em que Julia me encontrou sozinho na avenida Paulista, e depois de algumas roubadas, ter me levado para curtir uma noite bem atípica. Princapalmente por termo ido à ponte - um lugar muito massa (que na verdade é um viaduto) - junto com Bin, Cookie e Heitor.
- Um abraço de Brenda, uma noite, na Rua da Moeda.
- Os dias do TIM Festival e todas os amigos que estiveram comigo lá. Principalmente depois do show da PJ, com destaque para presença de Lule que conseguiu expressar toda a alegria que estávamos sentindo.
- Um telefonema de Natália no meu aniversário.
- Minha festa de aniversário com Aline. Por todos que foram lá se divertir.
- A nova arrumação do meu quarto.
- Algumas fotos.
- Uma conversa telefônica de cinco horas com Lellye
- Ter escrito um roteiro com Daniel que passou para a segunda fase da seleção do MinC, mesmo que não tenha sido contemplado.

sexta-feira, dezembro 24, 2004

:.:era pra ser um post telefônico sobre minha situação no mundo:.:

"Sempre que eu ligo para você meu inglês fica péssimo". Tinha essa frase em um curta que eu vi. Era dita em inglês mesmo. Um cara que liga de celular para a namorada estrangeira dele numa madrugada de sexta para sábado. E é assim mesmo. Às vezes se tem todas aquelas coisas para falar e você liga para a pessoa e sai tudo de outro jeito.

Telefone não deve ter sido inventado para conversação. Não sei se o velho Bell imaginou aqueles usuários que passam horas conversando através dessa ligação. Acontece que nem sempre funciona bem, pode chiar, pode ter linha cruzada, a ligação pode cair, aí tem o celular que pode ficar sem bateria, ou perder o sinal... E, em todos os serviços de proteção ao consumidor, as operadoras de telefonia, fixa ou móvel, são as campeãs de queixas.

Às vezes, existe algo extremamente sincero a ser dito. Aí o telefone transforma todo o sentimento em impulsos elétricos e chega lá na outra pessoa. Só que funciona também... mesmo que o "inglês fique péssimo". As pessoas estão lá conversando, dividindo um momento que poderia ser de extrema solidão. E lá estão as pessoas, falando por cinco horas, e só se dão conta disso por causa da dor que fica na orelha.

terça-feira, dezembro 21, 2004

;:era pra ser um impressionado sobre minha situação no mundo:;
Não importa o que você escreva, vai ter sempre alguém para ler com muito interesse os seus textos. Tem tanta gente nesse mundo que, por mais que tenha quem escreva, vai ter sempre alguém pra ler. Não saberia dizer se isso é bom ou ruim. Certamente é culpa da superpopulação. Tem gente pra tudo nesse mundo.

domingo, dezembro 05, 2004

:era pra ser um post de romantismo enviesado sobre minha situação no mundo:
Entenda... o cliche não é o problema...
Porque você tem sempre o mesmo jeito de sorrir e é sempre isso que eu busco.