terça-feira, dezembro 31, 2002

Hoje escutei várias vezes After Hours do Velvet Underground, e nem tenho a música em casa. Sempre tinha acho a música legal, bonitinha e meiga, mas nunca tinha dado atenção à letra. Dizem que isso tem muito a ver com o que você tá vivendo no momento e tal... pode até ser... mas não é assim tão simples. Tudo bem que o momento que eu tô vivendo talvez me deixe mais sensível, e tudo bem que After Hours me faz lembrar de quando as coisas eram novidades pra mim e eu fica observando tudo acontecer e esperando que aquilo pudesse durar pra sempre. Teve uma festa na casa de uma amiga que foi exatamente isso... com todos seus momentos legais, não legais, incríveis, reveladores e por aí vai... Mas voltando. Uma letra que me toca muito e é algo que eu nunca vivi exatamente. O mundo é um moinho de Cartola, na qual ele dá conselhos sobre a vida à filha que está indo embora... O que acho mais angustiante na música é que todos os conselhos são válidos, muitos deles são realmente verdade... mas... não faz diferença. Embora eu mesmo concorde com tudo que ele diz, eu mesmo seguiria adiante com tudo... porque existe uma diferença muito grande entre entender e viver... (continua em 2003).

Nota: não sei explicar bem o motivo, mas não tenho sentido vontade de rever meu ano, nem de saber os melhores filmes, livros, disco e o diabo a quatro... foi um ano, bom, ruim, sacal, extasiante... não importa, sei que depois de amanhã vai ser outro dia e que bom que é outro ano pra a gente não enjoar sempre dos mesmo números e assim a gente pode estabelecer mais precisamente quando algo acontece na nossa vida. Antes eu gostava do final de ano... esse ano simplesmente não fez diferença.

domingo, dezembro 29, 2002

Shame on you!! Shame on both of you!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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I have sickness all around me!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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sexta-feira, dezembro 27, 2002

Dashiell Hammett começou a escrever romances policiais e se tornou um dos grandes autores americanos de sua época e tem um estilo que até hoje influência gente como Patrica Melo, por exemplo. O cara também escrevia pro cinema e tal, suas narrativas eram lançadas em revistas, fruto da industria cultural, pode-se dizer assim. Conheceu Hemingway, casou-se com Lillian Hellman que foi quem o introduziu no meio intelectual, é citado como influência de Raymond Chandler e William Burroughs. Escreveu uns poucos romances num periodo de 12 anos e depois disso nunca mais escreveu. Morreu duas décadas depois de seu último livro ter sido públicado.

Digo isso porque esse tipo de coisa acontece. O cara parecia mesmo destinado a ser um escritor, só que, de repente, sua criatividade narrativa foi embora. Ele continuou trabalhando no cinema, como consultor de roteiros, mas nada de escrever. Lilian continou escrevendo pra teatro e cinema, o que podia ser meio desconforável para ele, e pra ela também.

Pode ser que isso esteja acontecendo nesse exato momento. Pode ser que eu passe vinte anos sem escrever nada... bom, aí eu viro cozinheiro. Adoro cozinhar.

Quando a gente conhece uma pessoa especial boa parte dela é fruto da nossa imaginação, mas outra parte é bem real, pelo simples fato de que até imaginação precisa de uma base sólida.
Conheci uma pessoa fabulosa, e ela também é fruto da minha imaginação...
De qualquer modo, ela é muito real.
Porque ela não é fabulosa 100% do tempo

terça-feira, dezembro 24, 2002

Um ano de conversa jogada fora...

Como o texto sobre o filme tá uma merda, coloquei essa foto pra compensar

Vá lá... eu vivo reclamando, né? Abaixo a cabeça e digo que as coisas deviam ser mais simples. Sinceramente! Não queria viver reclamando não. Mas se até pra fazer algo que é potencialmente divertido é uma complicação...

Como já perdi o costume de comentar sobre filmes, vou me arriscar a dizer porque Punch Drunk Love de PT Anderson é um bom filme. Imagina você ter assistido Magnólia e se deparar com a notícia que no próximo filme do diretor teria SIMPLESMENTE Emily Watson (se bem que o adverbio não combina muito com ela)... e ainda, Adam Sandler. Eu fiquei curioso... então esse passou a ser o filme mais esperado do ano. A espera acabou numa sessão sábado passado às 18h. Tá... sobre o filme em si é possível se ler em vários lugares. O que me chamou atenção foi como a movimentação é feita dentro dos ambientes em que as ações se passam. Da mesma forma que podem separar pode juntar as pessoas. E é disso que PT Anderson gosta de falar. De como as pessoas podem, devem e se relacionam de qualquer forma. Tem gente que acha piegas. Eu acho que é isso mesmo. E, se eu andar pelo supermercado procurando algo e alguém parar pra me observar, ninguém vai dizer que é típico de filme. Esse tipo de coisa acontece.

Ah! Emily Watson está bem simples nesse filme. E isso é bom.

terça-feira, dezembro 17, 2002

Momento literatura superficial X música pop

First love never dies


Saí carregando pouca coisa e deixando três anos de casamento. Foram só duas semanas de desconfiança. Uma hora para ela contar tudo: um romance de seis meses com um antigo caso da adolescência. Dez minutos para me decidir.

Peguei esse táxi e deixei minha parte do nosso carro como presente para a nova vida dela. Ainda passei um cheque com o aluguel do mês, pois essa era minha vez.

Não poderia ser de outra forma. Quando aceitei a sugestão de nos casarmos, fiz com as melhores intenções. Mas não a amava. Pensei ser mais um caso de amor não correspondido na minha vida. Agora sei: o único não correspondido na história sou eu.

sábado, dezembro 14, 2002

Eu devia escrever alguma coisa...
Mas não sei exatamente o que.

Então, que aconteça tudo de uma vez!

Em caso de dúvida: tem remédio pra isso.

terça-feira, dezembro 10, 2002

Às vezes eu tenho a impressão de ser capaz de mudar o mudo por causa de algo que eu fiz. Mas isso nunca dura muito. Nunca parei para me perguntar porque realmente estou fazendo isso ou aquilo, além dos objetivos mais pragmáticos. Claro que existe o desejo de que aquilo mude alguma coisa em algum lugar por um período... Daí vem essa impressão, acredito.

Ontem vi um filme chamado Ônibus 174 (deve ter sido um dos melhores que eu vi esse ano - mas não vem ao caso), conta a história do famoso seqüestro de um ônibus num bairro carioca chamado Jardim Botânico. É uma dessas coisas que muda algo. Pelo menos por um período. É um filme que propõe uma reflexão sobre os problemas sociais, a partir de um fato específico, mas nunca isolado. Quem passou as quatro horas na frente da TV acompanhando o caso ao vivo, tem aqui a oportunidade de ter acesso a algo que o imediatismo de uma cobertura jornalística in loco acaba perdendo: o contexto. E acho que é isso o grande ponto do filme, voltar-se ao fato e tentar reconstruir uma cadeia de eventos até chegar ao trágico incidente...

E o que fiz depois do filme? Voltei para casa, a pé. E hoje retornei a minha vidinha normal... Mas é verdade: com novos subsídios para entender a questão social.

Talvez as mudanças se dêem também dessa forma sutil... assim, minha impressão pode não ter sido só impressão.

Uma bela noite... pena que seja de mentira

segunda-feira, dezembro 02, 2002

... porque tem coisas na vida que eu nunca vou entender.
... sabe por que?
... não faz difrença nenhuma entender, é preciso vivê-las...

sábado, novembro 30, 2002

“Acho que estou deixando de amar você. Ontem passei o dia tossindo. Não. É sério. Faz todo sentido: eu tinha essa tosse antes de conhecer você. Aí, ela sumiu por um tempo. Só que agora voltou. Acho que estou deixando de amar você. Por que tá estranhando? Pode rir se quiser. Além do mais, tosse serve para expelir coisas que tem dentro da gente. Faz todo sentido. Primeiro foram as espinhas. Não tinha tantas espinhas de uma só vez desde a adolescência. Depois um terçol no olho direito que me obrigou passar a semana toda usando óculos escuro. Não. Não estou mudando os argumentos. São dois argumentos. Agora eu tenho pelo menos isso. Ora, você me pediu tanto para não alimentar esse sentimento. Alimentei, é verdade. Mas posso vomitar tudo de volta. Só que eu não acho legal vomitar. Deixa um gosto ruim na boca. Por isso a tosse é mais legal. Só incomoda a garganta, daí talvez eu passe a falar menos. O que vai ser uma coisa legal. Eu costumava falar pouco antes de conhecer você, sabia? Tá vendo? Tô tossindo muito. Acho que estou deixando de amar você"

terça-feira, novembro 26, 2002

Filling with my own feelings other people's subject

I am just a dreamer, but you are just a dream

All that she meant was good
All that she meant was good
Give her some time
Give her some space
All that she meant was good

sexta-feira, novembro 22, 2002

Parece que sim. Escrever vale mais do que viver. Além de tudo, escrever é mais simples. Você nunca sabe bem porque está vivendo, e quando pensa que sabe, tiram-lhe este motivo. Você sempre sabe porque está escrevendo. E, se ainda assim, tentam lhe tirar o motivo, você já escreveu mesmo. Ninguém vai mais tirar isso de você. Porque você se ilude muito nessa vida, e escrever pode até ser ilusório, mas no fim das contas encontra sua própria concretização... Textos nunca são definitivos, você pode sempre revisar e dar um novo tratamento. Escrever aceita qualquer estado de espírito, viver aceita porque é o jeito... fazer o que, né? Porque às vezes a vida parece muito longa, e você pode parar de escrever quando quiser... e depois retomar tudo em outro texto. Escrevendo você não consegue distinguir se vive para escrever ou escreve para viver.
Talvez por isso mesmo, escrever nunca vai valer mais a pena do quer viver.

segunda-feira, novembro 18, 2002

Acaba de me ocorrer uma coisa muito estranha... o que eu pensava ser verdade agora é verdade mesmo. Incrível isso.

E além disso... eu não sei como é o senso de humor lá na Romênia.

segunda-feira, novembro 11, 2002

Em meio ao caos da vida contemporânea, encontrei uma brecha para tratar de um assunto interessante, e que ainda por cima não foge ao tópico tão em voga neste blog. Não... não vou repetí-lo agora...

A gente tende a tomar certas atitudes que não tomaria normalmente, ou que nem mesmo tinhamos pensado antes a respeito, só pelo fato de existir alguma ocasião propícia. E, não incomum, as razões a provocar esta mudança de idéia e comportamente são fracas, pouco desenvolvidas e sem sustentação depois de algum tempo. Então nos convencemos de como é seria legal se fizessemos esta ou aquela coisa só porque não sabemos quando poderemos fazer de novo... e nos esquecemos se precisamos mesmo fazer isso, ou se tem importância em algum nível. Vai ver a vida é isso mesmo... se dar conta de uma boa oportunidade para fazer coisas que não precisamos e que nunca nos importamos em fazer ou não... ou ainda que nunca nos demos contas de que se quer existiam.

Os problemas do site desta vez são de ordem material e estrutural... embora a crise filosófica ainda persista, ainda que um pouco menos intensa.
Aguardem para breve o reestabelecimento.

quinta-feira, novembro 07, 2002

Por motivos de força maior as conversas foram suspensas... Aguardem reestabelecimento.

segunda-feira, novembro 04, 2002

Um amor supremo e amor é a droga

- Psssiu
- oioi
- Eu gosto de tu.
- Às vezes eu preciso de tu.
- Mas eu prefiro quando só gosto.
- e às vezes eu sou uma merda né?
- Porque tu não precisa de mim.
- hum eu gosto de tu tb. desculpa qq coisa (um beijo)
- Às vezes você é você.
- Às vezes você é o melhor você que existe.
- A gente não pode ser sempre o melhor... eu acho.
- poxa... conseguisse falar oq eu sempre pensei e nunca consegui arruma direitinho
(outro beijo)
- beijo pra tu
(um beijo de volta)
- preciso dormir
- Durma bem.
- tu tb!

Porque, afinal de contas, estamos sempre vivendo com tantas coisas... e nem todas são nossas. Aí a gente se apodera delas e tenta usá-las da melhor forma possível, mas com cuidado para não abusar. O difícil pode ser quando precisar separar as coisas... o que é da gente e o que não é?

domingo, novembro 03, 2002

Quem pode dizer o que vai acontecer uma década depois?

Mergulho em uma paixão
(Wild Heart Can't be Broken) EUA 1991 Drama
Direção: Steve Miner. Com Gabrielle Anwar, Michael Schoeffling, Cliff Robertson
Buena Vista Pictures e Walt Disney

Sonora é uma jovem orfã que foge da casa da tia para se tornar saltadora no show de Sr. Carver. A estória se passa durante a depressão dos anos 30. Bela trilha sonora e uma ótima reconstituição de época. Aclamado pela crítica um dos melhores filmes da Disney dos últimos anos. (Excelente)


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Escrito em algum dia entre 1992 e 1993 (uns 10 anos, por tanto).
Essa na foto é a tal Gabrielle. Acho que foi a primeira

sexta-feira, novembro 01, 2002

Sim. Nenhum livro jamais mudou minha vida. Otimistas não usam piercing...

quarta-feira, outubro 30, 2002

Tudo isso é um simulacro. Desde as questões mais básicas; o próprio título, por exemplo, tenta convencer de que o que há aqui é uma conversa quando na verdade não existe nem mesmo um interlocutor centrado; até às questões mais complexas, como o conteúdo: muitas das coisas ditas aqui servem para marcar posições e muitas vezes são ditas para mostras posições divergentes, simulando antagonismos.

Ora, por que insistir na “ausência” de design, quando tudo que isto que provar é um pretenso desprezo pelo próprio design, voltando-se para uma estética minimalista que só serve para realçar a performatividade visual? Tudo é um simulacro. Até esta confissão. O que quero exatamente com isso? Desacreditar o que escrevo aqui? Claro que não! Quero salientar – mascarar cairia melhor – a importância que dou ao que publico ao longo deste tempo.

Não. Isto não é uma crise. E se fosse só serviria para esconder o que ocorre de verdade. Mas não trato aqui da realidade? Sim, diria prontamente. Mas não simplesmente da realidade, antes de uma hiper-realidade. Algo auto-referente e auto-consciente, que acontece de acordo com os efeitos que pretende provocar.

Não posso culpar qualquer pessoa por se sentir traída depois disso tudo. Mas, pensemos e sejamos sinceros, não é também um simulacro o fato de vir ler o que ‘exponho’ aqui? Minhas opiniões e meu cotidiano não teriam tanta atenção numa perspectiva meramente real. Mas, publicados aqui, ganham um ar sofisticado – da derivação de sofisma. Este é o acordo, ou o simulacro, em torno das verdade não- espontâneas colocadas aqui.

Alguém sabe o que Alice encontrou através do espelho?

sábado, outubro 26, 2002

Eu não sei se tenho que parar de procurar o meu lugar ou parar de ir a lugares onde não deveria estar por causa de alguma força maior da natureza. Estou com símbolo do fluor (F) estampado no me pulso esquerdo. Sinto-me como um dentifricio.

quarta-feira, outubro 23, 2002

A vida na superfície

Tem uma questão muito simples sobre a existência humana: vivemos na superfície. O ser humano não pode viver debaixo da terra nem aguenta grande profundidade marítimas. O que resta é a superfície. Dessa forma, fazendo uma analogia extremamente simplória, parece teimosia o desejo que as pessoas têm de serem profundas.

Ontem eu assisti um filme chamado Prova Final, que é extremamente óbvio e por isso mesmo vou logo revelando o final, a galega novata é a rainha dos aliens que querem dominar a cidade. E a questão aqui não são os méritos ou deméritos do filme (logo de início da pra sacar que o filme não é lá grande coisa, ou seja, é sincero; caso alguém esteja procurando isso, lamento dizer que é o mesmo que mandar o sapo voar: se ele não voa não é culpa dele). A questão aqui são as coisas óbvias que as pessoas fingem não ver pra dar-lhes um significado profundo. É preciso encarar a realidade, todos somos personagens sem nenhuma profundidade, extremamente caricatos. Pensar que só por sofrer se tornar um pessoa especial, profunda, cheia de conflitos é um consolo incrível, mas é só isso. As pessoas esquecem que vêem as outras como personagens, e também são vistas como tais. Se são multifacetados, se tomam atitudes impressionantes, tudo faz parte do mesmo espetáculo. Eu duvido da pessoa que não consiga se definir em uma frase. Porque isso é que diz tudo, a profundidade, que pode até existir, só faz sentido num ambiente extremamente pessoal, praticamente solitário. Na vida social somos só esses personagens caricatos. Ao menos cada um pode fazer sua própria caricatura, o que torna a vida um pouco mais irônica.

A única pessoa que sabia os desejos escondido no lado escuro do coração humano era O Sombra, um personagem caricato.

segunda-feira, outubro 21, 2002

Tem certas coisas que acontecem e quase mudam a vida da gente. Outras não mudam, mas também nem precisavam. Rolou um dia desses o show do Los Hermanos (como muitos já devem ter sabido pelos comentários das pessoas) e eu fui. O show foi muito bom. O clima estava bem legal. Coisas que não se vê com muita freqüencia: fila na entrada, cambistas vendendo o ingresso pelo triplo do preço, muita gente sem conseguir comprar, público bastante receptivo e uma banda que parecia surpresa com a resposta. Já fui a show de quase tudo nesse mundo. Esse foi especial pela proximidade entre banda e platéia, e não digo só pele palco ser baixo. Os caras são de uma simplicidade incrível. E fazem o que se costuma chamar de "boa música". Logo que o show começou, era de impressionar ouvir, ver o público cantando A Flor. Uma espécie de excitação que dava pra sentir antes do show começar, ficou visível com a movimentação do público em direção ao palco. Claro que não tive uma visão global do show. Até porque preferi também ficar perto do palgo, mas sei que ficou gente nas arquibancadas do armazém - achei muito legal as arquibancadas, davam um aspecto de show de arena e de programa de auditório ao mesmo tempo. Estando na arquibancada ou na pista, perto ou longe do palco, dava para ver pessoas entusiasmadas sem a preocupação de esconder esse entusiasmo. É interessante pensar que um monte de gente dividiu esse momento. Claro! O show em si foi ótimo. Mas além de ouvir Sentimental de uma forma tão intensa (eu até pedi obrigado depois, mas não sei se a banda escutou), lembrar daquelas pessoas vivendo seus momentos e dividindo-o com os demais. Muitas nem se conhecem, e quando (o mundo dá provas que é bem menor do que costumavam pensar ser meus pais) se conhecerem pode sem lembrar deste momento... Mais ou menos isso.

Ah! O show foi antes do meu inferno astral.

domingo, outubro 20, 2002

Sobre um sorriso cativante
...

terça-feira, outubro 15, 2002

Notas sobre um inferno astral (para quem acredita) ou Notas sobre o tempo morto no trabalho
Ticket de viagem. Assinaturas de dois jornais de circulação. Canhotos de ingressos do Multiplex. Cartões postais. Computador velho. TV idem. Discos de vinil, CDs, K7. Roupas na maioria velhas (mas vestem bem). Caixa de chocolate exporádica. Trabalho chato. Salário... pff. Amor (por falta de um nome melhor) impossível. Livros lidos. Livros relidos. Livros na metade. Livros a ler. Notas de estudo esperando serem digitadas. Máquina fotográfica. Um único porta-retratos. Priscila, Arthur e Júlia desfocados. Comprovantes de pagamentos. Correspondência bancária. Pendência na Receite Federal. Adolescência perdida. Revistas antigas. Trompete dos sonhos (só nos sonhos). Teclado que não toca. Baixo. Amp. Janela que dá pra outra janela. Toalha, lençol, cama, travisseiro. Agenda com o número dos amigos. Celular. Esperança de que alguém ligue. Conexão para internet. Roteiros escritos. Roteiro reescritos. Roteiros abandonados. Coisas a fazer. Certezas. Incertezas. Letras. Palavras. Notas. Músicas. E uma voz melancólica perfeita para cantas as alegrias da vida. (continua)

domingo, outubro 13, 2002

Ontem foi comemorado o dia das crianças, sei lá porque se comemora isso, mas deve ser importante mesmo. Todo mundo foi criança e tal. Criança sempre quer ser algo quando crescer. Crianças sempre perseguem os adultos nos quais se tornaram. Lembro que quando era pequeno eu lia uma revista chamada Alegria sobre um palhacinho que morava num circo e tal. Não era exatamente uma revista em quadrinhos. Tinha mais coisas de atividades e tal: contos, passatempos, coisinhas para recortar e colocar pela casa (se bem que depois surgiu uma revista em quadrinhos com o mesmo personagem e sua turma e eu recebia as duas porque minha mãe fez uma assinatura pra mim).Lembro muito de um dos contos que um dia foi editado nesta publicação: um menino que deixava tudo para depois. O personagem sempre dizia que iria fazer as coisas mais maravilhosas, mas sempre deixava tudo para depois. No final ele acabava não fazendo nada e o tempo passava e passava... A impressão dada era de que ele não era capaz de fazer essas coisas. Acho meio foda essas histórias infantis, porque elas até falam a verdade, mas não falam todas as verdades. Tipo... as pessoas sempre querem fazer o melhor, mas nem todos podem fazer coisas maravilhosas. E nem sempre por falta de capacidade, ou preguiça, ou acomodação... Sempre mostram como a gente pode ganhar tudo. Mas não dizem sobre o direito de perder. Porque perder ensina, é verdade. Mas o que perdeu-se está perdido para sempre. Algo muito próximo e parecido pode até aparecer, mas nunca a mesma coisa. Então, às vezes fico pensando nesse menino, capaz de fazer as coisas mais maravilhosas do mundo, que, por não ter feito, foi transformado num espécie de exemplo para os demais. Alguém já pensou como isso devia ser difícil para ele? Como seria a visão dele, se ele contasse a história. Pois prefiriram torná-lo um perdedor por opção própria quando as coisas são bem mais complexas do que isso...

Para resumir, não consigo lembrar disso sem me sentir enganado pela revista. Enganado porque nunca deixaram o cara se explicar, ou até mesmo se arrepender...

Feliz dia das crianças! (com atraso)

Mas um momento Coisas legais que alguém disse para não o trabalho de dizer eu mesmo: "Por isso eu vou. Mas não me peça pra amar outra mulher que não você."

quinta-feira, outubro 03, 2002

Sobre esperar

Ao se aproximar do ponto, eis que avista o ônibus que não vai parar além do lugar indicado. Mesmo que corresse não conseguiria alcança-lo. Resta o consolo de que o próximo vai passar...
À noite, sentado no meio-fio, continua esperando. Dessa vez, não há garantias, tudo se baseia em um aviso, uma espécie de acordo que não tem obrigação de ser cumprido. Diante da situação, enfim percebe o perigo que estar sentado tão próximo a pista. Em meio ao vácuo deixado pelos carros em alta velocidade, a certeza de estar se arriscando por algo sem indicativos de concretização. Mas continua lá, vendo a vida passar em flashes de luz e barulho dos motores. Continua correndo o risco, na espera de algo que não sabe bem o que é. Tivesse certo de algo, não estaria mais ali. Tudo continua insistentemente seguindo adiante, teimando em não parar. A realidade intrínseca da espera consiste no paradoxo de parar, enquanto tudo é movimento. Sem movimento não haveria a espera. A partir daí o mundo ganha um brilho húmido e o desespero e a sensação de impotência diante do todo-movimento cresce surda entre a eloquente falta de conteúdo do discurso alheio, de máquinas, seres e ambientes. Sentado à beira do caminho, queixo sobre um volume de capa vermelha repousdo nos braços apoiados em cima dos joelhos curvados, um som eletrônico avisa a aproximação. O mundo não parece ter mais sentido, apesar disto. O carro para próximo ao meio-fio. Abre a porta e entra sentando-se no banco de trás. E o carro vai embora...

terça-feira, outubro 01, 2002

Em Todos dizem, a autora, Carol, fez uma observação de uma coisa interessante: a lei das compensações. O raciocínio começou com uma frase preconceituosa sobre pessoas bonitas serem feias (uma coisa compensa a outra), mas pode ser desenvolvido até atingir os mais distantes recônditos da natureza humana.

E com o brilhantismo de um pensamento tão simples, tudo pareceu bem mais claro. Eu sou capaz de fazer coisas que vão de medianas a ótimas, podendo atingir o excepcional sem me dedicar tanto quanto deveria, e acho que não me dedico por preguiça. Então essa é a lei da compensação, se eu não tivesse preguiça faria cada vez mais coisas mais sensacionais. Talvez a nossa vã filosofia nem possa imaginar o quê. Se para tantas coisinhas que eu simplesmente faço sou capaz de enternecer até os corações mais hostis a minha pessoa, como seria se eu fizesse tudo com um pouco mais de esforço? Eu seria a pessoa mais amada do mundo todo.

Eu sou a única pessoa capaz de dançar ao som de A love supreme e com afinco eu seria mais leve do que as notas de Coltrane. Eu poderia caminhar na ar seu se eu quisesse. Eu seria responsável por todos tomarem sorvete de pistache. Aliás, eu daria ao sorvete de pistache seu sabor. Eu faria às águas dos rios pararem. Os pássaros cantariam como me conviesse. Eu conseguiria dar ao por do sol uma paleta de cores tão variadas e belas que a aurora boreal seria só mais fenômeno menor. Não haveria montanha muito alta para eu subir, nem deserto muito longo para cruzar. Eu que daria a lua a carga melancólica que nela vêem os jovens solitários. Os romances começariam por alguma atitude minha. Eu que daria às coisas boas o que elas têm de prazerosas. Falaria coisas como a mais suave sílaba de cantada por Chet em Almost Blue. Seria capaz de fazer estrelas brilharem e brilharem para quem eu quisesse. Minha gargalhada seria a resposta para qualquer dúvida. Eu seria a voz de cartola, os traços de Munch e a seqüências de Kubrick. Os diálogos dos filmes de Woody Allen seriam sempre algo que eu diria. Seria a cacofonia das festas de fim de ano, as luzes dos fogos de São João. Seria aquele momento de alegria a qual todos têm direito pelo menos uma vez por semana. Seria o acordar despreocupado do Sábado e a certeza de dever cumprido ao fim de qualquer tarefa. Seria todas as letras e parte de todos os nomes que existem. Seria a felicidade daquela que eu amo. Seria a estrada dos tijolos amarelos. Seria Através do espelho e o que Alice acho por lá. Seria a primeira folha de um livro de Camus e o sentimento depois da última frase. Seria um poema de Bandeira. Teria música tocando sempre e a chuva pararia de repente e começaria de novo quando eu quisesse...

Mas a lei da compensação não me fez uma pessoa tão dedicada assim.

sábado, setembro 28, 2002

Johnnie Walker Rad Label (Keep Walking)

Primeiro eu nasci. E por ter nascido num determinado lugar, já me taxaram de recifense, pernambucano, brasileiro, latino-americano. No colégio, se tirava notas boas, era CDF, se falava durante a aula, era pertubador. Por usar óculos era quatro-olhos (ainda uso). Comecei a escutar rock pesado, era rockeiro, depois virei banger, depois grunge. No terceiro ano, era fera. Passei no vestibular e era estudante do CAC. Por gostar de filmes e músicas não muito conhecidos virei cult. Comecei a acessar a Internet e virei nerd (sorveteiro, afzuleiro, sunabeiro). Me formei em Comunicação Social e me chamam de jornalista. A Receita Federal não aceita minha declaração de isento. Quer dizer, antes eu era isento, agora sou contribuinte, mas era pra ser isento se eles atualizassem os cadastros. Respondo por um cargo DDI. Tantos rótulos quando só basta um: escroto.

Domingo de manhã cedinho... Edward Hopper... por causa dele todo domingo é como é...

sexta-feira, setembro 27, 2002

Sabe quando a gente não necessita de muita coisa?

Feijão preto

Tipo de Cozinha Da Vovó, Caseira, Brasileira
Categoria Prato principal, Acompanhamento
Serve 6 porções
Grau de dificuldade Fácil Tempo de preparo 40min
Autor Panelinha e-mail panelinha@ig.com.br

Ingredientes:
500 g de feijão, preto
2 dentes de alho, picado
½ cebola pequena, picada
1 folha de louro
2 colheres (sopa) de azeite


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Modo de preparo:
1. Escolha o feijão e coloque num recipiente. Acrescente água, o suficiente para cobrir os grãos, e deixe de molho de um dia para o outro, trocando a água algumas vezes.

2. Coloque os feijões, escorridos, numa panela de pressão. Acrescente a folha de louro e a água, cerca de 5 dedos acima dos grãos, e feche a panela com a tampa.

3. Leve ao fogo alto e deixe cozinhar por 25 minutos. Desligue o fogo e espere a panela parar de apitar. Abra a panela e verifique o ponto do feijão, que deve estar macio.

4. Leve uma frigideira grande ao fogo baixo e acrescente o azeite. Coloque o alho e a cebola e deixe fritar até começar a dourar.

5. Acrescente 2 conchas de feijão, sem o caldo, na frigideira e amasse com um garfo até obter uma pasta.

6. Mexa com uma colher de pau e coloque esta mistura no feijão. Mexa bem e tempere com sal.

7. Volte o feijão ao fogo baixo e cozinhe por mais 5 minutos para absorver bem os temperos.

8. Sirva a seguir.

Sirva com:

Arroz branco , Couve refogada e uma boa Carne de panela.

Continuem vivendo suas vidas. Apareçam aqui de vez em quando para ver como andam as coisas. Estamos trabalhando para melhor lhes servir. Tenham um bom dia e uma noite agradável.

quinta-feira, setembro 26, 2002

Coisas que geram diversas visões sobre si.
Visões que criam outras coisas, que deveriam ser a realização da primeira.
Coisas que tiram o que há de concreto, destroem a coisa em si mesma.
As coisas fora delas mesmas...

(papo metafísico comum em momentos de reforma, quando uma parede derrubada, uma porta é posta em outro lugar, uma nova sala surge onde era um quarto... tudo isso é muito comum... ESTAMOS EM OBRAS)

quarta-feira, setembro 25, 2002

baunilha.gif

Uma pequena pausa para a vida

Hoje meu dia foi movimentado. Sim. É verdade. Acordei, como de costume, às 06h da matina (com tolerância de 7 minutos), preparei-me para deixar o lar, naquele metódico ritual de fazer a higiene e tomar o café. Dirigi-me a parada de ônibus e esperei que passasse uma das duas linhas que me levam ao trabalho. Algum tempo depois estava dentro do ônibus e nele vi pessoas que normalmente costumam estar indo pro trabalho ou para a aula. Chego na prefeitura, subo nove andares de escada, a título de exercício matinal, o que venho fazendo sempre. No trabalho, depois do bom-dia aos poucos que já se encontram por lá e aos demais que vão chegando aos pouco, fiz uma tarefa aqui e outra ali. Escutei música. Ri d’alguma piada, fiz outra. Troquei algumas ideias. Perto das 13h desci e me dirigi a parada para mais uma vez pegar uma das linhas que me levariam de volta para casa. Chego em casa e faço um hamburger. Estava esperando um telefonema para ir almoçar fora, coisa que não aconteceu, de modo que tive que me virar. A tradicional sesta. Banho. Vou para a UNICAP usufruir de sua biblioteca. Vou até a prateleira onde fica um livro de Teoria da Comunicação e depois me dirijo a uma das salas de estudo, que estes últimos dias têm estado lotadas, devido as provas daquela instituição, creio eu. Estudo o suficiente e volto para casa. Esquento a sopa e faço o café. Depois da sopa, preparo uns rolinhos de blânquete de peru recheado com requeijão de boa procedência. Dou um telefonema, recebo outro. Leio um pouco. Vejo o noticiário. E mais um pouco de TV. Uma pausa para reflexão. Converso com minha mãe. Entro na Internet e meu irmão pede para usar o telefone e eu começo a escrever esse texto. E é aqui onde termina... se bem que o dia ainda não acabou.

Alguém pode estar pensando “que vidinha”. Isso mesmo. Mas é a minha. E eu não estava sendo irônico quando disse que o dia foi movimentado. Porra, isso é muita coisa, se você parar pra pensar. E além do mais, eu apenas me detive à superfície das coisas. Por exemplo, avancei mais duas décadas na história da Teoria da Comunicação – o texto falava de Adorno, Hockheimer, Benjamin e Marcuse, alem de outros – só não adentrei pelos domínios do estruturalismo porque estava sem paciência – sempre tive muita dificuldade com esses franceses. Descobri um disco estranhíssimo de Chico Buarque com Ennio Morricone – vou ver se acho algo a respeito na Internet, hoje cedo não consegui – com o primeiro cantando suas composições acompanhado por orquestrações do segundo. Fiz uma seleção interessante do Radiohaed (As músicas do Kid A, True love waits, as do The Bends, Creep). E isso no trabalho, usando a rádio UOL. Em casa dei mais uma chance ao acústico do Legião Urbana (nunca neguei que gosto da banda e já gostei muito) e por causa disso deu vontade de escutar Joni Mitchell. O único disco que eu tenho dela é o Mingus, em homenagem ao mestre, que não é dos mais representativos, mas tem pelo menos uma música maravilhosa (God must be a Boogie Man) e releituras da música de Mingus com letras acrescidas pela própria senhora Mitchell (ótimas letras, por sinal, como era de se esperar). O disco também tem gravações de conversas de Charles Mingus com a esposa e com um amigo e algumas observações curtas que ele faz sobre a vida, além de um refrãozinho cantado ao lado de Joni Mitchell. Ah! Na banda que acompanha essa maravilhosa musicista estão Herbie Hancock, Wayne Shorter e Jaco Pastorious. Ainda reescrevi umas cenas do meu eterno roteiro (quem sabe eu filme alguma coisa nos próximos 6 meses... só preciso da colaboração e boa vontade de algumas pessoas). Liguei duas vezes pra Larissa e trocamos algumas linhas. Michelle ligou me chamando para ir ao Pátio de São Pedro, mas não estava afim e tô gripando. Haymone me questionou, no IRC, o que tinha acontecido com este blog... Isso sem contar as idéias, percepções, pensamentos sobre a vida que sempre acontecem. A gente sempre manja mil pensamentos ao mesmo tempo dentro da nossa cabeça. Nossa vida pode ser tudo, menos parada.

sexta-feira, setembro 20, 2002

Não se espante. Ainda é o mesmo site. Devido a problemas técnicos as Conversas com Fiodor tiveram que mudar provisoriamente de interface. Estamos trabalhando para, dentro em breve, lançarmos um novo visual com mais recursos e o conteúdo de sempre. a equipe que participa das Conversas com Fiodor agradece a preferência.

Por enquanto se deliciem com outros blogs legais:
Pára quieta, menina!
A tristeza do cotidiano... tem umas fotos legais
A vida no universinho.
Prática, sonhadora, frágil e atrevida como meninas realmente podem ser
Eu, hein!
??????????
É isso aí, meu filho.
Porque todas as coisas têm seus devidos nomes... mas eu não preciso saber de todos
Um girassol da cor do seu cabelo.
A palavra do Messias
Coisas legais que a gente vê por ai... pagando o devido preço.
Legalmente legal, legal!

ESTA É UMA MENSAGEM PADRÃO

quinta-feira, setembro 19, 2002

Seguinte: abaixo a lista do elenco que eu chamaria para interpretar as pessoas... ah! também tem algumas músicas temas.

Philip Seymour Hoffman --- Haymone -- Like a Hurricane
Anna Paquin --- Larissa -- Fell in love with a girl
Nicole Kidman --- Gabi -- Um girassol da cor de seu cabelo
John Leguiziamo --- Jarmeson -- Dumb
Paulo Betti --- Márcio Padrão -- Se você pensa
Algum desenho feito por algum artista de Disney da décade de 80 --- Simone -- Aquela música do Caderno que tem na Fábrica de Brinquedos
Daniel Aragão --- Daniel -- Crack Hitler
Rachel Leigh Cook --- Julia Porto -- My favourite game
Maria Luiza Mendonça --- Flávia -- Enjoy it
(continua)

terça-feira, setembro 17, 2002

Mais uma vez... a cidade

Sobre andar na rua e perceber quem passa ao seu lado. Mesmo observando aquele sujeito magro, caminhando com certa leveza e centramento, segurando um arco, desses de prender os cabelos, com a canhota, não seria capaz de imaginar que ele fosse capaz de fazer algum mal a alguém. Mas é possível que ele tenha feito. E talvez não tenha estado certo da decisão que tomara, mas caminhava com decisão. Talvez pensasse em outra pessoa que andava, em outra rua, que alguém pode ter percebido abatida. Ou ninguém percebeu nada, pois ela sabe esconder muito bem os sentimentos, poderia ser facilmente confundido com alguma expressão de fadiga, se é que não era fadiga em si. Ou ninguém percebeu por estarem todos preocupados com seu problemas, afinal é um trânsito caótico àquela hora, e ainda tem as contas a pagar e o prazo final para o envio de documentos está se aproximando. O horário de visitas termina em pouco tempo e se não se apressar a família vai ficar muito brava, mesmo que se possa fazer isso amanhã, mas é mais atencioso se fizer hoje. E essa é a última viagem que o ônibus faz hoje, depois, outro vem substituir; então, algumas horas de folgas para voltar para casa, comer, ver o jornal, a novela e dormir. Amanhã tem mais.

Pessoas não são boas, mas ainda assim é preciso contar com a boa-vontade dos estranhos. E quando se anda nas ruas, é preciso saber o que perdoar. E se arrepender sempre. Sempre! Sempre que quiser. É um direito inegável. À todas as coisas, suas conseqüências. A todos os recipientes, sua respectiva capacidade líquida. A todas as pessoas, suas devidas ruas. Suas projeções. O mundo que elas criam ao redor. E impõem à realidade. À realidade... paciência.

(texto vergonhosamente copiado de observações alheias de outras realidades... estamos trabalhando para o restabelecimento normal das atividades)

sábado, setembro 14, 2002

Algo interessante acaba de ocorrer.
Estava eu escrevendo um texto para colocar neste blog, e pelo que indicava iria ser um texto longo e crítico, cheio de amaguras e coisas do tipo.
Estava eu lá escrevendo, quando tudo se esvaiu. Pareceu-me sem sentido escrever sobre aquilo. Foram três parágrafos e, no começo do que seria o quarto, não tinha mais razão para dizer o que queria dizer...
Se eu tiro algum ensinamento disso? Claro! Qualquer sentimento como raiva, ternura, carinho, amargura e outros do gênero não duram mais do que 5 parágrafos.
Segue o começo do que seria a minha obra mais completa:

Sobre trabalho, dinheiro, sexo, música, literatura, cinema, relações, saúde, estética, experiências de divisão de renda, política, assuntos gerais, diversão, piadas, tecnologia, negócios, nutrição, lingüística, pós-modernismo, arte, cultura pop, alegorias clássicas, psicologia, cotidiano, ufologia, teologia, coltranologia e fait-divers... principalmente sobre como lidar com o recurso mais escasso que temos: o tempo

Este título imenso é para introduzir – não sei se já pensei conceitualmente na utilidade de título – o que talvez seja o texto mais confessional sobre a vida. É fato que escrever é, de certa forma, expor-se. E se, essas pessoas que lêem o meu blog, e pelo que soube muitas fazem isso, mas do que eu imaginei, pararam para analisar ou até mesmo refletir – sem nenhuma pretensão de estar sendo profundo em algum momento nos posts, já devem ter apreendido parte representativa da matéria que no fundo todos os textos tratam, por piores que sejam, por mais complexos e enfadonhos que sejam. A matéria: o autor. Textos são desenvolvidos pelas diversas facetas do autor. Mas não se engane, você nunca vai conhecer um pessoa apenas lendo seus textos, por mais que eles sejam confessionais e expositivos – e tem gente que adora ser assim.

quinta-feira, setembro 05, 2002

pe.do.fi.li.a sf (pedo2+ filo3 +ia1)
Amor às crianças.

Acho que preciso muito ver ManhattanE pensar que Woody Allen não queria que o filme fosse lançando...

sexta-feira, agosto 30, 2002

Dizem que um dia o pessoal do Pink Floyd simplesmente não foi pegar Syd Barrett para um show da banda e ele nunca mais fez parte do PF. Essa foi a forma que encontraram para resolver a situação sem chegar e dizer "Syd, você é Maluco" e talvez emendando com um "desculpa dizer". Simplesmente não foram pegar o cara, como devia estar acertado. Sei que é uma história muito sem substância material, dificil acreditar que foi assim, ou que só isso bastou para tirarem o principal compositor do grupo. Mas acho que é uma história que vale pela força emblemática.

Alguém que você conhece, com quem trabalha, não está muito bem, o que você faria? Tentaria ajudar? Ou se afastaria? Faria isso acreditando que era a melhor forma de ajudar?

Eu não sei responder essa pergunta. Na verdade eu não fiz nenhum esforço para chegar a alguma conclusão. O que fico pensando é em Syd Barrett. Em como ele deve ter se sentido quando alguém chegou para ele e disse: "Foi mal, você é louco e é melhor eu me afastar de você". E mesmo que não tenham dito. Como uma pessoa se sente quando não passam para pegá-la? Fico pensando se ele demorou a perceber e tal... Alguém pode dizer que isso não é importante... o que importa é a obra do cara. Já por mim eu não sei, mas, apesar de gostar muito das coisas que ouvi de Barrett, não consigo não pensar no estado dele. Porque, no fim de tudo, o cara é um gênio, mas foi julgado por causa da sua maneira, digamos, peculiar de ser.




:: blog de lilo. ornette-coleman-meets-sonic-youth-in-a-phil-spector-wall-of-sound-remixed-by-frank-zappa-using-hi-tech-protools-and-vintage-keyboards. mais ou menos isso. [>]

Um dia desses (sendo impreciso por puro estilo) comentei com alguém o fato de no Laça Burger ter mesas para uma pessoa. O que não deixa de ser uma invenção interessante. Porque pode acontecer de alguém ter parado lá para comer e se encontrar desacompanhado aí não vai sentar numa mesa que tem pelo menos outra cadeira e ficar observando-a vazia. O cara senta numa dessas mesas, que por sinal fica de frente de um banco contínuo com várias mesas desse tipo, e come seu lanche. Isso porque normalmente as pessoas estão sozinhas. E não me interessa se isso é bom ou ruim. Tô pouco fudendo pra isso. O fato é que é algo que acontece. E acho até bom, de certa forma, que alguém tenha atentado pra isso.

Pois é... a alguém que esteja achando ruim, eu pergunto: quando o único lugar diponível é uma mesa que já está ocupada por uma dessas pessoas solitárias, você não tem algum receio? Então... no fim de tudo a culpa pelas mesas para uma pessoa é sua.

domingo, agosto 18, 2002

Notas sobre um final de semana
Festa no garagem, eu colocando som (Right off de Miles Davis logo de início). Poucas pessoas. Acid-jazz, mais pessoas começam a chegar. Rock, a festa começa a bombar. Black-music, pessoas dançando e outras conversando no meio da rua. Mãos geladas. Mãos quentes. Muita gente conhecida. Lapada de cana. Tontura. Providencial batata-frita, porção de carboidratos para forrar o estômago. Conversa sobre como as pessoas mudam, ou mudam nossa visão sobre as pessoas. "Por isso Deus só pode ser Woody Allen" para mostrar como a vida é cheia de ironias e humor ácido. Volta pra festa. Dj H. Dançar muito. Depois descansar. Sentar e esperar a hora de ir. De volta ao Laça Burger. Breve dialogo sobre ter que decidir. Sanduíches, Coca-cola, Nuggets, molho rosé. A parte do molho rosé é bem mais grotesca. Acordar bem tarde no sábado. Comer. Fazer nada a tarde toda. Dormir. Organizar a ida para a festa. Estresse com relação aos meios de transportes no ambiente familiar. Festa no universinho. Poucas pessoas. Conversa sobre relacionamento, universos paralelos, atração por outras pessoas... Musica legal, Dançar. Refrigerante. Batata-frita. Lição de inglês. Problemas no som. Luz que dá uma aparência saudável às pessoas. Dançar. Solo de Theremim. Mão gelada. Carro de Daniel. Procurar os documentos. Descobrindo novos caminhos. Caminho barra-pesada. Lombadas. Carol dormindo no banco de trás. Breve conversa sobre o clipe. Mateus andando pela rua Amélia. Quarto. Tentar dormir depois de escovar os dentes. Cabeça tentando entender certas coisas que aconteceram poucas horas antes. Certa preocupação. Domingo de manhã. Sono. Panela de doce de leite em cima do fogão...

segunda-feira, agosto 12, 2002

Tem aqueles momentos da vida que as coisas tomam um rumo que... É muito irônico... Acontece algo e você tem vontade de dizer: "viu só? é assim que as coisas acontecem para pessoas como nós". Mas você não diz nada. Pra quê dizer e fica se sentindo uma pessoa menor ainda? Você só apela para a intelgência das pessoas capturarem essas ironias.
Alguém quer chocolate?

domingo, agosto 11, 2002

Esta foi uma semana bem Spielberguiana. Não pelos acontecimentos, que foram bem normais, mas porque fui ao cinema ver dois filmes dele mesmo. O primeiro foi Minority Report: A Nova Lei, que tava querendo ver desde quando soube do projeto, pois achei muito estranho Spielberg fazer um filme com uma trama desse tipo. O filme é bom, como eu esperava. Tem uma trama muito interessante, do mesmo escritor de Do androids dream about eletronic sheeps? - romance no qual se baseou o roteiro de Blade Runner, sobre um policial que trabalha numa divisão onde os crimes são resolvidos antes mesmo de acontecerem (quem quiser saber mais sobre o filme vai no IMDB ou no adorocinema.com). A trama do filme se baseia numa conspiração: o policial aparece numa das previsões de assassinato. A impressão que tive do filme todo é que toda a história é concreta, deixando qualquer tipo de abstração em um distante segundo plano. As memórias são hologramas (que têm um suporte concreto), as previsões viram vídeos e geram nomes gravados em bolas de madeira. Tanto que uma das coisas que mais me chamou atenção no filme foi a visão do futuro, com leitores de íris em todos os cantos, e publicidades personalizadas seguindo as pessoas, e os carros que se dirigem sozinhos, e a forma como a lei é aplicada de forma rápida. Esse 'concretismo' é interessantemente incomodo num filme sobre imagens. Mas também não é só isso, o filme tem uma trama de conspiração que é bem movimentada, com troca de identidades, manipulação de informação e tudo mais. O final é aquela coisa Spielberg, embora tenham me dado outra explicação que também faz muito sentido. Quando vi, achei a última cena muito bucólica demais...

photoO outro filme dele que vi foi ET. Bom, esse todo mundo já deve ter visto e deve saber também que ele voltou ao cinema em comemoração aos 20 anos da estréia. O legal dele é que continua sendo um ótimo filme de família, sem ser um filme bobo. O começo tem uma das cenas que dão uma sensação de medo e angústia enorme. A as partes emotivas são singelas e sinceras. Na sessão tinha algumas criancinhas, provavelmente assistindo pela primeira vez, levada pelos pais que certamente já tinha visto o filme antes no cinema. A cópia era legendada, mas a crianças pareciam entender bem o filme e sempre faziam perguntas 'engraçadas' e com uma visão bem particular da história. Sabe o sentimento que fica depois de rever ET (foi a primeira vez que vi no cinema)? Tipo, quando você volta para um lugar que você só conheceu quando era criança... a imagem que você tinha deste lugar era de que ele era enorme e havia vários detalhes que você não entendia mas imaginava, aí quando você volta lá vê as coisas como elas realmente são. Bom, no caso de ET, você vê um filme realmente bom, mesmo depois que você se torna uma pessoa interessada em cinema e vê filmes adultos e complexos.

segunda-feira, julho 29, 2002

"Pra quê eu vou atualizar meu blog se eu não atualizo minha vida"

Lilo



Esta frase foi usada para justificar a desatualização do blog. Ela bem poderia fazer parte do blog referido no post anterior, mas talvez fosse 'existencialista' de mais para isto. Bom, o fato de estar aqui atualizando o blog, não é exatamente por ter atualizado a vida. Antes disso, ainda estou no processo de atualizar a vida e atualizar o blog faz parte dele. Então...

Tenho pensado muito num filme que até já mencionei aqui antes: O homem que não estava lá dos irmão Cohen. Quando fui ver o filme fui esperando ver um filme técnica e esteticamente magnífíco mas sem muito conteúdo, como foi dito numa crítica que eu li, já que as outras também não davam muita atenção a que o filme podia ter a oferecer como discussão sobre a vida. Quando cheguei na Fundação, encontro uma ex-colega de trabalho que acabara de ser exonerada. A gente conversou, inevitavelmente, sobre o acontecido, perguntei-lhe se tinha algo em vista e coisas do tipo, falamos também da participação dela na produção de um curta, dos irmãos Cohen e, claro, da expectativa pelo que estávamos prestes a assistir.

Sim, o filme. É realmente o que tinham dito: uma homenagem aos filmes noir. Clima bem construído, fotografia de um preto-e-branco contrastado, fumaça, cigarros, atuações frias e distantes, diálogos, narração em off e mais diálogos. Mas e a história? Um homem se empurrando pela vida; mulher, casa, trabalho... tudo que torna uma vida completa... e tediosa. A forma dele se relacionar com a mulher, com o sócio e com as demais pessoas, pode parecer incomodamente forçada e irreal, mas a medida que o filme avança é exatamente isto que torna tudo mais triste. Vemos, então, este sujeito indo atrás de um desejo, tentando mudar de vida com a lavagem a seco. Quer dizer que ele tem ambição. Claro que tudo dá errado. E dá errado e errado... até que o filme acaba. A luz acende, nós saímos da sala... mas eu deveria esquecer aquilo tudo rapidamente. É um filme de forma, não de conteúdo. Por que ele continua na cabeça? Não era para levantar nenhum tipo de questionamento, mas por que tem algo nele que me deixa muito pensativo?

Não sei dizer exatamente se foi a forma que se tornou o conteúdo, creio que não. Poderia falar que estava suscetível a isso tudo. E se reconhecer isto é porque acredito que uma coisa não invalida a outra. Se tivesse ido ver, sei lá, algum filme do Jackie Chan, dificilmente teria feito os mesmos questionamentos. Bom, voltando. Saímos da Fundação e enquanto acompanhava minha colega até o ponto de ônibus – voltei a pé, como de costume – a gente não falou muito sobre o filme, mas acho que tivemos a mesma impressão. O única coisa que lembro bem é que ela falou pelo, acho que pro filho dela, que o filme era muito bom e que depois comentou comigo: “não sabia que era um filme tão triste”. Senti um frio pelo corpo, uma espécie de solidariedade. Mas era estranho porque constatei que ela estava numa situação parecida com a que eu tinha enfrentado alguns meses antes: ter levado um golpe em cheio na auto-estima (depois soube o que acarretava ela ter perdido o emprego, sustentar a família e tals). Era estranho ver alguém passando por aquilo e não puder fazer muita coisa. Quando a gente se afastou senti muitas coisas. Estava triste por causa do filme. Uma das coisas que mais me caracterizam é falar pouco. Então lamentei não ter dito nada a ela. Tristeza e lamento... acho que a única coisa que me confortou, foi o pensamento de que aquilo tudo fazia parte da vida. Talvez a gente passe por essas coisas exatamente por isso, pra pensar na vida, pensar no que a gente está fazendo dela. Às vezes é difícil entender onde estamos, porque a gente só faz correr de um lado para outro tentando dar sentido a tudo. Naquele momento, foi agradável saber que estava voltando para casa. Assim como ela estava, e um monte de outras pessoas.

sábado, julho 13, 2002

Denilson Neles
Dessas coisas que eu sempre quis que alguém dissesse para não ter o trabalho de eu mesmo dizer.

quarta-feira, julho 10, 2002

Algo incrível aconteceu hoje. Consegui comprar o Angel Dust. Isso mesmo. E agora há pouco estava escutando-o e é exatamente o que eu disse antes. Quem acompnha esse blog deve lembrar um post antigo falando de alguns discos de rock e tal. Nele eu dizia que este era um disco que eu queria muito ter e não tinha. Pois é, agora tenho. E nem vou dizer que eu o encontrei. Pois hoje mesmo estava comentando que já faz tempo que não saio para procurar discos em sebos ou em lojas (os últimos que comprei foi na internet). Aconteceu assim: hoje, como teve programa (HoraJazz, quartas 20h, Universitária AM), fui para a Federal, cheguei cedo na esperança de encontrar alguém conhecido que pudesse pegar um livro para mim na biblioteca. Isto não aconteceu, no entanto ao passar da parada para o CAC vi um sujeito vendedo livros, CDs e fistas de vídeo, tu esplhado pelo chão. Depois de constatar que não encontraria ninguém para tirar o livro, fui até esse sujeito e logo vi o Angel Dust lá. Pensei um pouco se o comprava ou não, mas não resisti. Custou 5 reais. Mas, como dizem, tá valendo. Em suma, foi o disco que me encontrou.

No mais, o programa foi legal hoje.

Dr. Fantástico ou Como parei de me preocupar e comecei a amar a bomba
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Walden ou A vida nos bosques
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Bonitinha mais ordinária ou Otto Lara Resende
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A peleja de Tião contra o mal uso do eletro doméstico na vida cotidiana ou Como viveu um liqüidificador com consciência social

terça-feira, julho 09, 2002

Como vai ser o dia em que morrer? Vai ser ensolarado com pessoas se divertindo de um canto a outro? Vai ser frio e cinza com pessoas descasando em casa? Vai ser quente com pessoas usando roupas leves ou trancadas em ambientes refrigerados? Vai ser chuvoso com algum desavidado correndo para se abrigar?

domingo, julho 07, 2002


Razões para este post:
Hoje senti uma necessidade tremenda (é um adjetivo que raramente uso) de ouvi Mogwai. Nunca pensei que fosse sentir isso. Não que a banda não seja boa. É boa. Muito boa. Incrivelmente boa. Mas não é o tipo de música que costumo ouvir em momentos como esse (perdoem-me não dizer como é um momento como esse, mas de outra forma esse seria um blog muito confecional). Comprei recentemente o Ten Rapid da referida banda. Não sei porque escolhi esse disco, uma vez que nem é um disco oficial da banda, se não me engano é uma coletânea, mas nesse disco tem uma música chamada Angels versus Aliens que já tem um título sensacional, e mantem-se sensacional até o fim. Provavelmente foi esse disco que me escolheu (sem querer fetichizar demais as coisas).

A tarde fui para a Universitária AM, e junto com alguns membros da nação SUNAB, programei músicas e apresentei em alguns momentos. Fiquei encarregado diretamente do bloco de samba, depois do de black e de rock '90. Mas talvez o que mais tenha chamado em toda minha participação na SeleçãoInformal tenha sido a versão de Gary Burton para Chega de Saudades. Bom, acho que a maioria das pessoas deve conhecer a música e não preciso dizer que ela tem uma melodia linda e tal. Pois bem, a versão de Mr Burton foi muito comentada pelo fato de ser um absurdo alguém programar essa música. Me levou a pensar que talvez o mundo não esteja apto a tolerar a beleza quando ela se disfarça num longo solo de vibráfono. Mas acho que o melhor de tudo foi mesmo Gilberto Gil fechando a Seleção com a música Lamento Sertanejo pedida por Haymone. Essa música é do disco Refazenda de 1975. Belíssima.

Depois fui para a Unidade Móvel no Pátio de São Pedro. O vídeo de Daniel (que por sinal eu ajudei a bolar) foi exibido. A reação acho que não foi a esperada por ele, nem por Jarmeson... eu não conto porque eu tenho o senso de realidade distorcido. Ah! no Pátio tinha um monte de gente e rolou uns shows e tal. O do Supersoniques foi legal, mas não prestei atenção o tempo todo, o do Astronautas foi um pouco mais diferente do que da outra vez, mas acho que não gosto mesmo da banda. Não sou bom em falar de música. Sei que, no Pátio, o fato de ter escutado Mogwai logo quando acordei foi determinante para minha noite, o clima era o mesmo da música. Sem falar que me fez lembrar dois filmes que não tinham exatamente muito a ver com o clima do Pátio, um é O homem que não estava lá, dos Cohen, e Poucas e Boas, de Woody Allen. O primeiro fala de desejos oprimidos que levam o sujeito a quase se anula (por falta de um termo melhor). O outro é sobre um sujeito que só percebe o que tinha conquistado depois de perder tudo. Embora alguns tentassem dar a noite um tom Star Wars, em homenagem ao recem-assistido Ataque dos Clones (filme legal que não me acrescenta nada como ser humano mas é uma experiência que não perderia), esses filmes marcaram bons momentos desta noite. Bons não exatamente no sentido de agradáveis, mas, antes, no sentido de substanciais, se é que pode ter este sentido.

quinta-feira, julho 04, 2002

Coloquei meu e-mail em algum lugar lá no topo da página... se você sentir necessidade de entrar em contato comigo basta fazê-lo por lá. Ficarei contente de receber seu e-mail. Sua mensagem é importante para mim, através dela poderei saber o que você está achando do meu trabalho.

Isto é uma mensagem padrão.

domingo, junho 30, 2002


Take the Which Spider-Man Character Are You? quiz by ZyberGoat

domingo, junho 23, 2002

Eu sempre gostei de São João. Achava massa acender fogueira, gostava daquele clima de arraial, quadrilha, trio de forró. Falando sério, sempre achei massa. As comidas, nem se fala. Era uma das festas preferidas. E talvez ainda seja, mas não é mais a mesma coisa. E não porque a 'tradição' esteja morrendo, não mesmo. O que mais se vê hoje em dia é a tal da tradição junina sendo 'resgatada', forró sendo valorizado e coisa e tal... Não sou chegado muito a isso. Na verdade, isso me irrita muito.

Quando era criança, eu ouvia muito Luiz Gonzaga, porque meu pai sempre escutava. Depois de um tempo me fizeram crer que era música só para tocar no São João... E isso é uma merda. Porque as pessoas pararam de ouvir Luiz Gonzaga durante o resto do ano, por que é música junina, que coisa imbecil.

O que estou querendo dizer é: foi a 'tradição' que destruiu o baião. Isso mesmo! Estagnaram uma forma de música que era revolucionária quando Luiz Gonzaga surgiu, transformaram em jogral de festa folclórica nos colégios de ensino fundamental. Só o que posso dizer é que vão curtir seu São João e escutem Luiz Gonzaga se quiserem. Aproveito, porque o resto do ano é proibido. E viva a tradição.

Agora vai um samba-canção de Noel Rosa que fala de São João, sem ter virado 'música junina'. Ainda bem!

Último desejo
Noel Rosa

Nosso amor que eu não esqueço
E que teve seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete / Sem luar, sem violão
Perto de você me calo / Tudo penso, nada falo
Tenho medo de chorar / Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo / Você não pode negar


Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não
Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação

E às pessoas que detesto
Diga sempre que eu não presto
Que o meu lar é um botequim
Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim

domingo, junho 09, 2002

liloSP.jpg
Assim eu seria se eu fosse um personagem de South Park... (na visão de Márcio)

liloSPFC.jpg
Essa é minha versão South Park / Clube da Luta

terça-feira, junho 04, 2002

Para quem estava esperando muita coisa dos posts por vir, apreanda uma coisa:
Nunca espere muito das coisas ou das pessoas.



I am Charlie Brown

Which Peanuts Character Are You Quiz


domingo, maio 26, 2002

Depois de ver cinco vezes, Magnólia continua sendo uma experiência incrível. Dessa vez eu vi por causa de um artigo que estou escrevendo para o mestrado; uma disciplina sobre comunicação e cidade (escrevi sobre ela antes). E foi muito importante ter sido hoje, já que eu estava um pouco enojado das pessoas. O filme mostra exatamente como é algo confuso isso de conviver com pessoas. Lembra a frase final de Um bonde chamado desejo - "sempre dependi da boa-vontade de estranhos", só que em Magnólia esse sentimento tem um tom mais otimista do quem na peça, porque a boa-vontade desses estranho é que empurram a vida pra frente, e isso tá bem presente no filme. Também tem um pouco da crueldade dos estranhos, como a cena da farmácia - "Shame on you, shame on both of you" - ou a cena que a jornalista provoca o cara com perguntas sobre o passado dele. Fez-me lembrar de uma sensação que ocorre quando você esbarra na pessoa e ela parece ser muito importante... Uma vez eu tava no ônibus, voltando do Shopping, tinha acabado de ver Arquivo X, aí eu vi uma menina, parecia ser bem nova, uns 14 anos, ela tava sozinha na parada e depois subiu no ônibus. Fiquei impressionado porque era tarde para ela estar sozinha pegando ônibus, sozinha mesmo, sem nenhum amigo ou amiga. Fiquei pensando se ela não tinha se metido em alguma roubada, dessas de perder a hora e ter que voltar só pra casa e que talvez estivesse com medo de ter estado só naquela parada, e que alívio não deve ter sido ver o ônibus e subir nele. Fiquei pensando muito nela... ficar preocupado com uma pessoa que você nem conhece, que nunca mais viu depois... Aí, a gente pára pra pensar se ela era uma pessoa importante, especial e tal... Bom, eu não sei... mas por causa dela eu escrevi meu primeiro roteiro.

terça-feira, maio 21, 2002



which beatles song are you?
this quiz was made by janel

segunda-feira, maio 20, 2002


You Are Edward From "Edward Scissorhands."

You are very shy and often misunderstood. Innocent, sweet, and artistic, you like to pass your days by daydreaming and expressing yourself through the arts. You are a truly unique individual. Unfortunately, you are quite lonely, and few people truly understand you.

Take The Johnny Depp Quiz!


domingo, maio 19, 2002

Acabei de chegar do cinema (maneira mongolóide de começar um post uma vez que isso não faz a menor diferença e além do mais é mentiroso porque se alguém ler isso semana que vem eu não vou ter acabado de chegar do cinema)... Bom, o filme em questão é Homem Aranha. Para quem já viu o filme (que é bem legal, por sinal) viu como é movimentado, cheio de ação, romance, hormônios e tristeza profunda. Caralho!! (palavrão para mostrar que posso ter personalidade magnética ou que não me curvo diante as regras da sociedade). Sim, como o próprio Peter Parker diz no início, a história é sobre uma garota. Uma daquelas garotas que existem na vida de alguns caras... normais, que parecem miragem, algo inatingível. Tá! O filme não é triste por isso exatamente. Mais é um dos filmes mais duros sobre mudanças e transformações que nos acontecem que eu já vi. Mesmo com todas suas frases de efeito e emoções cronometradas, é antes de tudo um filme simples e sincero no seu conteúdo. Simples como raramente a gente consegue ser. Sincero como deveríamos sempre ser.

Mais do que ser um filme sobre um sujeito que ganha super poderes, é a triste história de como esse sujeito é obrigado a deixar um monte de coisa passar ou como é obrigado se adaptar a uma nova situação... Todo mundo passa por isso, não? Eu pelo menos passei, só que minha vida não é tão emocionante quanto a de Peter Parker. Tem uma frase triste sobre crescer e escolher que homem você quer ser para o resto da sua vida. É algo difícil de compreender quando só se pensa em comprar um carro para impressionar Mary Jane Watson. E o que a gente escolhe ser? Quais as escolhas que nos dão? Porque até quando parecem ser a melhor opção, elas acarretam em renúncias e mudanças. Tão triste como o fato de termos conviver com as pessoas que podem nos desapontar. É um sentimento estranho esse de se enganar sobre as pessoas. Deixa uma sensação esquisita de impotência. Porque a gente não pode simplesmente descartar as pessoas com medo de que ela nos desaponte.

Por tudo isso e muito mais, que por pura falta de talento não sei descrever aqui, é que digo, Homem Aranha um filme extremamente triste, e um ótimo filme de ação também. Pode ser questão de identificação, mas Sam Raimi fez algo que me levantou questões, e talvez eu tenha que responder. Ou não, como das outras vezes que as mesmas questões foram levantadas e eu não respondi. Isso mesmo, não traz nada de novo nesse sentido, não que isso seja um defeito, mas o seu mérito está, como disse antes, na sinceridade da abordagem.

domingo, maio 05, 2002

Ê, vidinha!

Só os Ramones sabiam cantar a "alegria" de viver...

I Wanna Be Sedated

Twenty-twenty-twenty four hours to go I wanna be sedated
Nothing to do Nowhere to go I wanna be sedated

Just get me to the airport And put me in a plane
Hurry hurry hurry before I go insane I can't control my fingers
I can't control my brain Oh no oh ho

Just put me in a wheelchair And get me to the show
Hurry hurry hurry before I go loco I can't control my fingers
I can't control my toes Oh no oh ho\

Essa eles cantavam, mas é de Tom Waits que é bêbado e tem uma vos com assinatura. Mais um filho da puta.

I don't want to to grow up

When I'm lyin' in my bed at night I don't wanna grow up
Nothing ever seems to turn out right I don't wanna grow up

How do you move in a world of fog that's always
Changing things Makes wish that I could be a dog

When I see the price that you pay I don't wanna grow up
I don't ever want to be that way I don't wanna grow up

Seems that folks turn into things that they
Never want The only thing to live for is today...

I'm gonna put a hole in my T.V. set I don't wanna grow up
Open up the medicine chest I don't wanna grow up

I don't wanna have to shout it out I don't want my hair to fall out
I don't wanna be filled with doubtI don't wanna be a good boy scout
I don't wanna have to learn to count I don't wanna have the biggest amount
I don't wanna grow up

Well when I see my parents fight I don't wanna grow up
They all go out and drinkin' all night I don't wanna grow up

I'd rather stay here in my room Nothin' out there but sad and gloom
I don't wanna live in a big old tomb on grand street
When I see the 5 o'clock news I don't wanna grow up
Comb their hair and shine their shoes I don't wanna grow up

Stay around in my old hometown I don't wanna put no money down
I don't wanna get a big old loan Work them fingers to the bone
I don't wanna float on a broom Fall in love, get married then boom
How the hell did it get here so soon I don't wanna grow up

sábado, maio 04, 2002

Hey
It's hard to get to know you, but once people do, they're in for a wild ride. You had a rough childhood, and it reflects in your speech and mannerisms- you're focused on things like whores and crack babies, which fascinates people at first but may ultimately drive them away. Despite your somewhat depraved outward persona, you're a truly decent person who craves and deserves love and friendships.

Which Pixies song are you?

Tanto tempo só pra isso.

sábado, abril 13, 2002



Nada a acrescentar

sábado, março 30, 2002

Feliz Páscoa. Não tenho nada pra dizer. Quando tiver eu volto a escrever. Disseram-me ontem que eu sou deprimido. Uma pessoa disse e outras duas confirmaram. Isso parece ser coisa séria.

quarta-feira, março 13, 2002

Pois é. Nunca mais escrevi nada nesse blog. Pode ser porque eu não tenho mais nada pra dizer. Pode ser porque estou trabalhando agora e não tenho mais tempo (claro que não é isso). Pode ser porque não quero levar isso como obrigação (se bem que esse post estou mandado meio que por obrigação). Quando tiver algo legal pra dizer eu venho aqui e escrevo.
Bom, estou lendo A Paixão Segundo GH estou achando interessante, apesar de estar sendo num ritmo muito dificil pra mim. Também estou lendo Ficções de Borges, é bem legal. Além disso estou estudando sobre a cidade e tal... Está sendo bem instigante, inclusive pensei na monografia que terei que fazer, acho que vou pegar alguns filmes e analisar., Magnólia e E sua mãe também estarão entre eles. Falar em cinema, vi algumas coisas:O Fabuloso Destino de Amelie Poulain que adorei e me fez quase chorar por duas vezes, sem falar que me identifiquei com a personagem sonhadora e sem rumo; está tendo uma mostra de Truffaut na Fundação, a mesma que teve há quatro anos, vou aproveitar para ver os filmes que não vi na outra oportunidade, se bem que hoje não passou A noiva estava de preto como estava programado, mas revi os três primeiros filmes de Antoine Doinel (Os imcompreendidos, Antoine e Collete, Beijos Roubados). No mais, era pra eu escrever um texto sobre O quarto do filho, mas não consegui falar nada que fosse relevante. O filme é muito bom, sensível e bem verdadeiro. Tem personagens que parecem tão reais que dão saudades quando acaba a sessão. E tem um final muito bonito e... bem comum. O filme nem parece nada demais... mas por isso que ele acaba sendo sensacional.

domingo, fevereiro 24, 2002

Hoje foi um dia legal. Estive rodeado de pessoas legais, o clima festivo e alegre... É bem verdade que, algumas vezes, eu senti falta de algo... Sobre isso tudo que eu tenho a falar é...

God Only Knows
( The Beach Boys )

I may not always love you
But long as there are stars above you
You never need to doubt it
I'll make you so sure about it
God only knows what I'd be without you

If you should ever leave me
Though life would still go on, believe me
The world could show nothing to me
So what good would living do me?
God only knows what I'd be without you

God only knows what I'd be without you

God only knows what I'd be without you

If you should ever leave me
Though life would still go on, believe me
The world could show nothing to me
So what good would living do me?

God only knows what I'd be without you

terça-feira, fevereiro 19, 2002

A uma passante

A rua em derredor era um ruído incomum,
longa, magra, de luto e na dor majestosa,
Uma mulher passou e com a mão faustosa
Erguendo, balançando o festão e o debrum;

Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu bebia perdido em minha crispação
No seu olhar, céu que germina o furacão,
A doçura que embala o frenesi que mata.

Um relâmpago e após a noite! — Aérea beldade,
E cujo olhar me fez renascer de repente,
So te verei um dia e já na eternidade?

Bem longe, tarde, além, jamais provavelmente!
Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
Tu que eu teria amado — e o sabias demais!

Charles Baudelaire

domingo, fevereiro 17, 2002

Depois de uma semana turbulenta, e em meio a uma doença meio sacana, decidi escrever alguma coisa. O pior é que não aconteceu nada de muito importante esses últimos dias.
Ontem eu ia com uns amigo ver Trapaceiros de Woody Allen, só que quando a gente chegou lá os ingressos já tinham esgotados. E isso não foi o pior. Depois que decidimos o que fazer da nossa noite eu começo a sentir dores pelo corpo e ficar meio cansado. Pois é, uma febre estava se apossando do meu corpo. Tive que voltar pra casa de ônibus, porque não tenho carro e ninguém por perto tinha também. Mas normal.
Semana passada teve o Carnaval, e por isso tem aquela letra de Manhã de Carnaval em algum lugar nesse blog. Durante o Carnaval rolaram coisas bem legais. Teve o show de Jorge Benjor, que foi no mínimo catártico, não dava para ficar parado um minuto que fosse. O cara é foda mesmo... É verdade que já foi um gênio, mas ainda é um ótimo entreteiner. E teve também o show do Trio Mocotó que foi igualmente sensacional, apesar de ter sido curto, mas foi bom porque não me esgotou tanto quanto o anterior. Ah! Nesse dia eu estava com uma linda saia preta. Não estava fantasiado de mulher, só estava usando uma saia, e confesso que foi bem legal usar.
Depois teve a quarta-feira de cinzas e o Hora Jazz de cinzas também, num dia totalmente cinzento. Nem lembro tudo que tocou. Lembro de Chet Baker e Paul Bley com How Deep is The Ocean e teve Miles Davis com uma música do Kind of Blues, nem lembro o nome da música, mas é linda.
Hoje eu vi o documentário de Ken Burns, e nesse episódio que vi falava do processo de gravação de Kind of Blues, que me pareceu bem interessante. Um disco incrível, gravado de uma forma diferente e com pessoas talentosas, iluminadas. Fiquei pensando como seria ter vivenciado aquilo... nem que fosse pra servir água pros músicos nos intervalos... Depois teve Coltrane tocando um levíssimo sax soprano em uma bela interpretação de My Favourite Things.
Poderia falar na perfeição irônica do mundo. Mas não estou afim. Para quê complicar as coisas? A beleza das coisas está na simplicidade, parece.

terça-feira, fevereiro 12, 2002

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You've Got to Hide Your Love Away
(Lennon/McCartney)

Here I stand head in hand
Turn my face to the wall
If she's gone I can't go on
Feelin' two-foot small

Everywhere people stare
Each and every day
I can see them laugh at me
And I hear them say

Hey you've got to hide your love away
Hey you've got to hide your love away

How could I even try
I can never win
Hearing them, seeing them
In the state I'm in

How could she say to me
Love will find a way
Gather round all you clowns
Let me hear you say

Hey you've got to hide your love away
Hey you've got to hide your love away

domingo, fevereiro 10, 2002

Manhã de Carnaval
(Luís Bonfá)

Manha tão bonita manhã
Na vida uma nova canção

Cantando só teus olhos,
teu riso, e tuas mãos

Pois há de haver um dia
em que virás

Das cordas do meu violão
que só teu amor procurou

Vem uma voz
falar dos beijos
perdidos nos lábios teus

Canta o meu coração
alegria voltou, tão feliz
a manhã deste amor

quinta-feira, fevereiro 07, 2002

Hoje li uma coisa massa. Vou copiar um trecho pra vocês... é uma citação de citação... no dia que for culto cito direto da fonte. Aí vai:

"O que o homem chama de amor é uma coisa muito restrita e débil comparada com essa orgia inefável, essa prostituição sagrada de uma alma que se entrega totalmente com toda a sua poesia e caridade, ao que emerge inesperadamente, ao desconhecido que passa"

Baudelaire


Só explicando que ele fala da cidade moderna, industrial... Essa é a "orgia inefável". O que achei mais interessante nisso tudo é a forma lânguida com que ele descreve a vida na cidade. Andar pela cidade é uma experiência antes de tudo sensorial... Você anda por aí observando e sendo observado. E o mais interessante de tudo é essa parte da prostituição... você divide experiências com pessoas desconhecidas. Os estranhos são parte da paisagem das grandes cidades. Antes o surgimento de um estranho num vilarejo era algo que mudava toda a paz do lugar. Nas grandes cidades, passou-se a andar entre estranhos com a maior naturalidade... Isso eu acho fabuloso. Lembra aquela frase de Um Bonde Chamado Desejo: "Sempre precisei da boa vontade de estranhos". Também me lembrou Magnólia...

segunda-feira, fevereiro 04, 2002

Bom, acho que tenho algumas novidade. E até são boas... Mas não vou comentá-las aqui. Não vejo sentido. Tem outras coisas que queria comentar aqui. Quer dizer... nem sei se quero. Até porque eu não estou entendendo bem o que está acontecendo. Tem uma parte que eu entendo bem, porque já me aconteceu antes... e não tem sido nada bom... Mas eu não sei o que realmente acontece dessa vez. Queria saber... pra parar de sentir medo. Tá foda, né? Tá ficando confessional demais isso aqui. Então não vou mais escrever nada. Ah! Ontem eu fui pra festa do Enquanto isso... Um bloco de Carnaval onde as pessoas saem fantasiadas de super-heróis, foi bem legal a festa. Foi divida em duas partes, uma extremamente legal e calma e outra bem legal e agitada... Com grande diferenças entre as duas... mas na verdade a diferença estava em mim, sabe? Tá foda, né? Vou parando por aqui.

terça-feira, janeiro 29, 2002

Neruda para tirar de tempo:

XLIV

SABRÁS que no te amo y que te amo
puesto que de dos modos es la vida,
la palabra es un ala del silencio,
el fuego tiene una mitad de frío.

Yo te amo para comenzar a amarte,
para recomenzar el infinito
y para no dejar de amarte nunca:
por eso no te amo todavía.

Te amo y no te amo como si tuviera
en mis manos las llaves de la dicha
y un incierto destino desdichado.

Mi amor tiene dos vidas para amarte.
Por eso te amo cuando no te amo
y por eso te amo cuando te amo.

Retirado do livro Cien Sonetos de Amor

Clássicos do cancioneiro popular:

I Started A Joke

I started a joke, which started the whole world crying,
but I didn't see that the joke was on me, oh no.

I started to cry, which started the whole world laughing,
oh, if I'd only seen that the joke was on me.

I looked at the skies, running my hands over my eyes,
and I fell out of bed, hurting my head from things that I'd said.

Til I finally died, which started the whole world living,
oh, if I'd only seen that the joke was on me.

I looked at the skies, running my hands over my eyes,
and I fell out of bed, hurting my head from things that I'd said.

'Til I finally died, which started the whole world living,
oh, if I'd only seen that the joke was one me

domingo, janeiro 27, 2002

Esse blog tá paradão, né?
Fazer o que? A vida é assim mesmo... Porque o blog tem que ter um monte de coisas escritas e fotinhos legais se a vida não tem tanta coisa assim. Vou parar por aqui que fica parecendo uma adolescente reclamona... Bom, na verdade eu não estou reclamando, talvez dando uma desculpa... mas enfim... Eu disse que ia continuar falando aquelas coisas sobre discos de rock que eu gosto, mas não estou afim agora. Vou escrever sobre outra coisa e talvez me achem retardado por isso.

O tópico agora é Cenas inesquecíveis de seriados de TV

Vou começar com uma que acho fabulosa e termina com a seguinte frase - "Nem tudo na vida é por sua causa, Mulder". Já deu pra sacar qual o seriado... por isso nem vou dizer o nome para poderem me chamar de metido, aqueles que não sabem do que se trata. É linda essa cena. Os agentes do FBI estão no escritório que os dois dividem, Scully está olhando para uma pétala ressecada que ela encontrou num memorial que tem os nomes dos soldados mortos no Vietnã, eu acho, e Mulder está comentando sobre o último caso no qual a própria agente estava envolvida. Ela arrumara um namorado que tinha uma tatuagem estranha que provocava alucinações ergóticas. Aí o idiota pergunta para ela se ela tinha se metido naquilo tudo porque ele não tinha colocado a plaquinha com o nome dela na mesa. Aí ela diz aquela frase do começo do texto... "Essa é minha vida" ela diz depois que Mulder retruca alguma coisa. Isso tudo porque às vezes é foda a gente perceber que não está sendo o personagem principal dos acontecimentos importantes da nossa vida... e isso tudo também porque é difícil perceber outras razões nas vidas das pessoas que a gente gosta que não dizem respeito a gente... o que é igualmente foda.
Também tem uma cena de Friends que Joe diz que foi chamado para ensinar uns bailarinos de um musical e Chendler pergunta se ele sabe dançar e ele faz uma dança muito estúpida, parecida com aquelas que se faz ao som de música 'alternativa'... Chandler sai da sala aterrorizado e indignado. Muito engraçada a cena. Isso tudo porque às vezes a gente não tem trabalho e tem que pegar o que aparecer pela frente... e isso tudo porque a gente não sabe como dança ridículo até um amigo ter uma reação exagerada...

sábado, janeiro 26, 2002

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quarta-feira, janeiro 23, 2002

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Tá bom. Já tava ficando chato esse papo de só falar de músicos de jazz. Fica parecendo que eu sou metido a merda, comedor de sushi, personagem de filme de Woody Allen. Tudo bem, eu realmente tenho escutado muito jazz ultimamente, adoro sushi e já vi muitos filmes de Woody Allen e gostei da maioria. Mas também não é só isso, né? Eu escuto outras coisa, e não só Stereolab, como já citei. Lembra do Faith No More? É uma das bandas de rock que eu mais gostei. Tenho The Real Thing e acho um disco bem legal, mas é o disco seguinte, Angel Dust que é maravilhoso. Esse eu não tenho, não sei o que dizer, mas acho que sou um otário. Devo ter tido oportunidades de comprar esse disco e não o comprei. Escutei na época do lançamento, um sujeito que eu conhecia tinha, e gostei. Depois fiquei escutando só as músicas que tocavam na MTV. Tempos mais tarde tive a oportunidade de ouvir de novo e o disco pareceu-me mais sensacional. E, hoje em dia, que eu sinto uma certa falta em escutar um bom disco de rock, algo mais pesado, sinto muito não ter comprado o Angel Dust quando pude. Outra banda que eu gosto muito é o Smashin Pumpkins, tanto que foi a banda que recorri quando me dei conta que estava escutando pouco rock em casa. Mellon Collie & The Infinite Sadness é um dos melhores discos que eu tenho, andei escutando-o ultimamente e tem sido legal. Bom, recentemente eu comprei Murder Ballads de Nick Cave. É um disco muito carregado, tem um clima muito triste e soturno, mas eu um disco que eu precisava ter, acho que por isso mesmo.
Coisas que eu escuto e ninguém me acha metido por isso ou Como eu já fui um fã do Sepultura continua...

domingo, janeiro 13, 2002

Uma coisa que me veio ao pensamento. John Coltrane, como todos devem saber, foi viciado em heroína e em álcool. Ele chegou ao fundo o poço. Só que ele conseguiu se livrar disso. Como ele disse, teve um encontro com a espiritualidade, aproximou-se de Deus. A partir desse encontro ele decidiu que a missão dele era fazer as pessoas mais felizes através de sua música, e a forma que ele encontrou de fazer isso foi compondo e gravando uma obra chamada A Love Supreme. E ele conseguiu. Eu digo isso por experiência própria. Eu tive poucas oportunidades de escutar este disco, mas todas foram especiais de alguma forma. Tipo, o cara encarou o inferno de frente, deve ter se encontrado cara a cara com a morte, e conseguiu escapar - não da morte, é verdade, ele morreu poucos anos depois de gravar o disco - e graças ao talento dele. Não diretamente, claro. Mas acho que teria sido mais difícil se ele não pudesse se apoiar na idéia de fazer música. Fazer boa música. E eu digo isso sem nenhum tipo de complexo de inferioridade. Muito pelo contrário. O Disco é tão bom que não dá para sentir-se inferiorizado por ele. Acho que é o tipo da coisa de você pensar que no fundo foi para fazer pessoas como eu felizes que Coltrane fez isso. Eu me sinto feliz por ter ajudado Coltrane dessa forma. E muito grato por ele ter me dado o privilégio de ouvir A Love Supreme.

A Love Supreme

A Love Supreme

A Love Supreme

A Love Supreme
A Love Supreme

Sabe aqueles dias que você explode se não colocar tudo para fora?
Da próxima vez que isso acontecer vá no banheiro e vomite...

quarta-feira, janeiro 09, 2002

Sound-Dust


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É o CD novo do Stereolab. Muito bom!

Depois de várias tentativas frustradas de acessar esta droga, eis que o Blogger resolveu colaborar. Já estava mais do que na hora.

Deixando o papo de lado, vamos logo ao que interessa.
Procurei uns trompetes pela Internet, fui nos sites de algumas fábricas e lojas de músicas, encontrei uma maravilhoso - embora não saiba dizer baseado em que ele é maravilhoso - pelo menos foi o que o texto do site conseguiu me passar. E pelo preço tinha que ser maravilhoso mesmo. Tudo bem, pode parecer apenas um capricho esse lance de querer um trompete não entendendo nada do instrumento. A única coisa que entendo sobre isto é que eu acho muito bonito e queria saber tocar. É isso. Fico devendo o site da fábrica lá, mas, pensando bem, ninguém vai se interessar por uma fábrica de trompetes, principalmente se chegar a ler este blog.

Por falar em trompete, finalmente foi lançado no Brasil o livro de memórias de Chet Baker. Apesar de querer muito ler este bendito livo, uma coisa me deixou muito puto. O título original do livro é As Though I Had Wings: The Lost Memoir. Tão poético! Lindo, não? Pois é. Mas no Brasil o livro se chama Memórias Perdidas... Vou nem comentar mais nada. O fato é que deve demorar um pouco para poder ler este livro, porque não disponho de grana no momento... Se uma alma caridosa quisesse me dar... mas eu não acredito em almas caridosas. Principalmente depois das últimas coisas que rolaram por essas bandas...