domingo, agosto 11, 2002

Esta foi uma semana bem Spielberguiana. Não pelos acontecimentos, que foram bem normais, mas porque fui ao cinema ver dois filmes dele mesmo. O primeiro foi Minority Report: A Nova Lei, que tava querendo ver desde quando soube do projeto, pois achei muito estranho Spielberg fazer um filme com uma trama desse tipo. O filme é bom, como eu esperava. Tem uma trama muito interessante, do mesmo escritor de Do androids dream about eletronic sheeps? - romance no qual se baseou o roteiro de Blade Runner, sobre um policial que trabalha numa divisão onde os crimes são resolvidos antes mesmo de acontecerem (quem quiser saber mais sobre o filme vai no IMDB ou no adorocinema.com). A trama do filme se baseia numa conspiração: o policial aparece numa das previsões de assassinato. A impressão que tive do filme todo é que toda a história é concreta, deixando qualquer tipo de abstração em um distante segundo plano. As memórias são hologramas (que têm um suporte concreto), as previsões viram vídeos e geram nomes gravados em bolas de madeira. Tanto que uma das coisas que mais me chamou atenção no filme foi a visão do futuro, com leitores de íris em todos os cantos, e publicidades personalizadas seguindo as pessoas, e os carros que se dirigem sozinhos, e a forma como a lei é aplicada de forma rápida. Esse 'concretismo' é interessantemente incomodo num filme sobre imagens. Mas também não é só isso, o filme tem uma trama de conspiração que é bem movimentada, com troca de identidades, manipulação de informação e tudo mais. O final é aquela coisa Spielberg, embora tenham me dado outra explicação que também faz muito sentido. Quando vi, achei a última cena muito bucólica demais...

photoO outro filme dele que vi foi ET. Bom, esse todo mundo já deve ter visto e deve saber também que ele voltou ao cinema em comemoração aos 20 anos da estréia. O legal dele é que continua sendo um ótimo filme de família, sem ser um filme bobo. O começo tem uma das cenas que dão uma sensação de medo e angústia enorme. A as partes emotivas são singelas e sinceras. Na sessão tinha algumas criancinhas, provavelmente assistindo pela primeira vez, levada pelos pais que certamente já tinha visto o filme antes no cinema. A cópia era legendada, mas a crianças pareciam entender bem o filme e sempre faziam perguntas 'engraçadas' e com uma visão bem particular da história. Sabe o sentimento que fica depois de rever ET (foi a primeira vez que vi no cinema)? Tipo, quando você volta para um lugar que você só conheceu quando era criança... a imagem que você tinha deste lugar era de que ele era enorme e havia vários detalhes que você não entendia mas imaginava, aí quando você volta lá vê as coisas como elas realmente são. Bom, no caso de ET, você vê um filme realmente bom, mesmo depois que você se torna uma pessoa interessada em cinema e vê filmes adultos e complexos.

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