quarta-feira, abril 20, 2005

para não se apaixonar - 2º passo

não falar sobre a pessoa

talvez tenha sido inevitável resistir a tentação daquelas conversas casuais, né? o melhor a fazer, então, é manter isso como se não fosse nada demais. e, se você parar para pensar, de fato, não é nada demais. não saia perguntando sobre a pessoa para os amigos que vocês têm em comum. não queira saber se ela terminou o namoro, se faz tempo, ou quais as circunstâncias. não queira saber o que ela vai fazer sexta de noite ou sábado o dia inteiro. não pergunte nos lugares se ela apareceu ou se tem possibilidade de aparecer. não vá comentar sobre ela e sobre as conversas entre vocês com mais ninguém. não queira saber se alguém acha que vocês dois têm a ver. sempre vai ter alguém pra dizer que vocês dois são um belo casal (tem gente pra tudo no mundo). não vá tentar explicar aquele momento que pareceu rolar uma sintonia entre vocês dois. essas coisas são mais comuns do que se imagina. não queira saber se ela é bonita demais pra você. provavelmente ela é.

domingo, abril 17, 2005

para não se apaixonar - 1º passo

evitar conversas casuais

só converse quando realmente tiver o que conversar. conversas sobre afinidades e problemas pessoais podem colocar tudo a perder. nada de rirem juntos de piadinhas, principalmente so for tarde da noite. essa coisa de criar assuntos só entre vocês que ninguém mais vai entender dá aquela sensação de que existe um elo. assuntos a se evitar: futilidades, livro que está lendo, o que anda escutando, o último filme bom que assistiu, sobre pessoas bonitas e questões filosóficas em geral.

quarta-feira, abril 13, 2005

se amor fosse o caso

como eu nem sei o que lês
escrevi essas coisas
é o que alguém que eu amasse gostaria
como nem sei qual teu tipo de música
separei esses discos antigos
porque quem eu amasse teria uma radiola
como nem sei se comes bem
coloquei a mesa
se eu amasse seria assim que jantaríamos
nem sei a tua crença
mas separei o São Francisco
se fosse quem eu amasse certamente serias devota
às vezes penso que no teu bom-humor
talvez quem eu amasse soubesse contar piada
tenho impressão que vais dormir tarde
pois quem eu amasse teria sono o dia todo
como nem sei teu telefone
fico imaginando que preferes falar pessoalmente
passei a me vestir bem, mas não tão bem
se foste tu quem eu amasse, se importaria pouco com minhas roupas
porque eu falaria tudo isso a pessoa que eu amasse
mas como nem te conheço
só me resta sair por aquela porta

domingo, abril 10, 2005

for feeling so lonely

Dia desses eu estava ouvindo Crazy aí eu percebi que tinha mudado minha interpretação sobre a letra. Antes eu pensava que era o lamento de uma pessoa cujo relacionamento com aquela pessoa que amava incondicionalmente tinha acabado, e por isso se sentia tão triste e solitária. Ou seja, um tipo específico de pessoa que sempre ama mais do que pode ser amada e sofre por isso. I knew you'd love me as long as you wanted and then someday you'd leave me for somebody new. Hoje eu tenho essa sensação que essa é a maior preocupação que se tem ao começar um relacionamento, porque é certo que só vai durar até quando a outra parte quiser. E é certo que em todo relacionamento, as duas pessoas vão ter essa preocupação. Antes eu pensava que a pessoa da música era uma vítima do amor, mas agora eu entendo como sendo uma pessoa que tem uma idéia bem clara sobre essas coisas de amor e tudo que acarretam. Why do I let myself worry? Wonderin', what in the world did I do?. Não significa que não sofra por isso ? a música fala desse sofrimento ? mas é também não se entrega simplesmente ao sofrimento, porque o tempo todo está se questionando. Então mesmo sabendo disso, vai continuar se sentindo culpado, vai sentir ciúmes quando vir o novo relacionamento da outra pessoa... essas coisas todas. É legal isso de parar de se ver como vítima... no final, amar alguém é procurar por problemas. Mas aí já é outra conversa.

sexta-feira, abril 01, 2005

on

e para aumentar mais minha raiva e minha frustração, nem a minha reclamação agora vale a pena.

off

esse era o espaço de um texto que eu escrevi e que agora ninguém vai poder saber se estava bom ou não. perdi porque deu erro na hora de publicar. e, pode ser ironia, mas o texto falava justamente de um hipotético filme em que nada seria mostrado. mas nunca mais vou reescrevê-lo. o que acho foda é que isso só serve para aumentar minha raiva com computadores e aumentar minha frustração com relação a escrever. o que me levar a pensar sobre aquela teoria de que cada momento da sua vida carrega o mesmo perfil de sua vida inteira. mas não tô afim de escrever.

off

off

nesse momento eu queria ver um filme cuja ação se desenrolasse fora do campo ou nas elipses espaço-temporais. não ia precisar ver nada. na campo talvez um cenário vazio, ou dois personagens reagindo ao que acontece naquele espaço em off. ia ser foda analisar esse filme do ponto de vista formal, porque nada ia ser mostrado. talvez pudesse ser um exercício didático levando-se em conta outros elementos da linguagem filmica. talvez desse para se perceber melhor a utilização da música. a música poderia ser algo bem importante para esse filme. tudo que aconteceria seria "mostrado" através dela (ou pela ausência dela). e os olhares. claro! os olhares daqueles que estão no campo. aqueles que de fato aparecem na tela vão precisar olhar a ação que está no fora-do-campo. os diáliogos claro que não seriam explicativos - embora eu acredite que exista quem trave diálogos explicativos - se fossem seriam um ótimo argumento para destruir a experiência altamente cinemática que seria o filme. mesmo não sendo explicativas, as falas dos personagens iriam contribuir na ação. elas nunca iriam dizer o que estava acontecendo, mas elas fariam parte daquela ação que nunca é vista. não seria um filme encerrado em poucos cenários, seria o mais amplo possível. a trama não iria ser nada espetacular, mas seria bem interessante. e as imagens? claro que seriam belas imagens. e não é só por serem belas, mas é por apontarem para esse fora-do-campo. que é onde tudo acontece. e de uma forma bem ampla. nossas vidas também acontecem no fora-do-campo de todos esse filmes que a gente assiste. no fim das contas, é só um filme sobre a percepção da vida.