segunda-feira, agosto 22, 2005

uma piada sem timming é algo realmente destrutivo

domingo, agosto 21, 2005

noite de sábado (manhã de domingo) tem dessas coisas

porque foi massa open house de Chico. porque teve a possibilidade de redescobrirmos Melissa Auf Der Maur (ruiva pode tudo!) e de quebra o Smashin Pumpkins. porque o vinho estava bom. porque tinha um troço de tomate seco que estava fantástico. porque teve um ensaio fotográfico lesbian chic, que antes estava cômico. porque forças externas me levaram a topar ir àquela festa em Olinda. porque a festa foi realmente boa. porque eu até topava ficar mais. porque eu fui de Havaiana e ninguém me barrou ou pisou no meu pé (mas derramaram todo tipo de bebida em cima). porque eu realmente não sei dançar mas danço mesmo assim. porque dançar aquelas músicas é muito massa. porque as pessoas se transformam na pista. porque a lua estava cheia assim como a maré. porque é bom ver algumas garotas dançando. porque eu vi essas garotas dançando. porque eu gosto de andar de carro de madrugada. porque o CD do Franz Ferdinand é bom de se ouvir no carro de madrugada. porque eu cheguei em casa e tomei muita água. porque eu tomei um banho demorado. porque o cabelo molhado é uma desculpa razoável para eu ligar o computador. porque é legal escrever no blog. porque eu nem estou cansado para dormir. porque choveu e parou. porque o dia está amanhecendo. porque eu estou apaixonado e não sou correspondido e isso não é nenhuma tragédia. porque eu estava com preguiça de procurar o CD My favourite things, do santo. porque essa música me lembra Sil. porque eu estou ouvindo Sigur Rós. porque Sigur Rós é muito bom. porque eu logo vou estar dormindo. porque se deixasse para depois não teria escrito esse texto. porque eu gosto das pessoas legais que eu tenho sorte de chamar de amigos. porque eu quero que essas pessoas legais leiam o meu blog e comentem. porque... já basta.

esse blog deve ser uma merda

porque eu terminei o mestrado, já faz tempo pra caralho, e nem comentei nada aqui.

quinta-feira, agosto 11, 2005

um fim em si mesmo

teve esse dia em que voltava do trabalho para casa de ônibus, enquanto mantinha uma conversa com alguém que não tinha o que conversar, só porque tive a infelicidade de fazer parte do mesmo itinerário na mesma hora. e foi uma parada antes de descer que vi pela janela aquela menina, vestida com farda do colégio, esperando seu ônibus. foi o tempo suficiente para que ela percebesse que estava sendo observada e devolvesse o olhar. e, sem que nenhum dos dois desviasse após o encontro, de repente avia se transformado em flerte. e a menina sorriu e eu sorri de volta. aí o ônibus partiu.

aí, em uma noite de sexta-madrugada de sábado, após ter escolhido ir a um show que deixou muito a desejar, penso em ir pra casa. até saber que alguns amigos vão esticar em um bar gls. sem ter muito o que perder, decido ir, só pra ver no que vai dar. já na entrada uma boa notícia, a mulher libera a minha taxa de entrada e converte em consumação. mas eu entro no lugar e não consigo disfarçar o fato de estar me sentindo deslocado, o que aumenta quando percebo que todo mundo se conhece e eu não conheço quase ninguém. danço um pouco e lembro que tenho que consumir algo. pinga e coca-cola me parece razoável. em um tv passa clipes da Madonna. sentado no balcão, porque sempre achei isso de ficar no balcão massa. e então tem essa balconista, que devia ser lésbica, e que dança e serve um drinque pra si mesma (já era mais de 3h, eu acho que ela merecia). aí eu fico olhando de vez em quando, e percebo que ela olha de vez em quando. não sei se incomodada ou achando normal. aí mais gente teve a mesma idéia de ficar no balcão.

em nenhuma das vezes eu esperava poder desenvolver essa relação superficial. na segunda vez ainda troquei algumas palavras além de pedir minha dose. a primeira tornou meu dia mais leve e a segunda salvou minha noite.

quarta-feira, agosto 03, 2005

eu posso não te amar pra sempre

ontem eu vi esse filme, Minha vida sem mim, que tem essa estrutura clássica de melodrama. e o engraçado é que, mesmo sendo um melodrama, a protagonista não escuta música, e olha que a mãe dela é Deborah Harry. a história é aquela de alguém que descobre que tem uma doença terminal e muda sua percepção da vida. eu diria que é um filme legal. assim, racionalmente eu tenho dificuldades em dizer que o filme seja bom, mas ele é correto. afetivamente, eu gostei. algumas razões simples. a primeira delas é Sarah Polley, que é uma atriz, e é bonita, mas que consegue como poucas atrizes (sejam elas mais ou menos bonitas) passar aquela sensação de 'a menina do ponto de ônibus'. e isso é geralmente uma parte boa dos filmes dela, porque você sente que em algum lugar as suas personagens existem. a segunda razão tem muito a ver com esta, que é a naturalidade das cenas de família. as meninas realmente parecem ser filhas dela, assim como o cara parece ser um pai e que eles todos vivem em um trailer no quintal da casa da mãe dela. e aquele médico me pareceu um personagem tão exato. eu não sei como deve ser pra um médico dizer a uma paciente de 23 anos que ela vai morrer exatamente por ser jovem demais, mas, mesmo que não seja a forma correta, o filme explora isso sem fazer alardes sentimentalistas. duas Ann que são vizinhas. porque isso é algo tão possível de acontecer, mas poucos filmes, diria, poucas obras de ficção, têm coragem de colocar dois personagens com o mesmo nome sem que isso seja um detalhe determinante. e tem também God only knows que entra aqui por um motivo bem pessoal: eu escrevi uma história em que essa está presente (e que também tem duas personagens com o mesmo nome). e também tem uma casa vazia onde duas pessoas, por um período curto, vão ser de extrema importância uma para a outra. essas são as razões. tem algumas ressalvas que eu fiz enquanto assistia: como algumas cenas em câmera lenta, um balé meio estranho no supermercado, uma pessoa tocando música com taças. mas até que são cenas bem feitas. no entanto, é a cena em que ela está no carro gravando mensagens de aniversário para as filhas até a idade de 18 anos que faz realmente o filme valer a pena. e eu escrevi esse texto só para mencionar essa cena, mas eu não sei mais o que dizer a respeito.