segunda-feira, novembro 06, 2006

"só porque foi a fiona que disse"

ou justamente o contrário

The thing that used to make me such a sad kid, that would run through my mind all the time, was that I wanted a family of friends. And I thought I was never going to have that because there's never going to be people sitting around a room having fun, when somebody stands up and goes, "Hey, we should call up Fiona, because it would be more fun if Fiona was here!"

segunda-feira, outubro 30, 2006

balanço das férias

(é que elas terminaram antecipadamente)

- vi filmes que estava querendo ver no cinema, mas não fui tanto quanto deveria.
- escrevi 60% de um roteiro de longa e tive idéia para um curta e comecei uma pesquisa sobre ele.
- fui a um casamento.
- vi vários filmes em dvd.
- pude constatar mais uma vez que ruiva pode (sempre pode).
- quase fui linchado por causa da lindsay.
- não viajei, mas programei uma viagem para o próximo mês.
- fui a algumas festinhas, mas minha vida social não se expandiu muito.
- não fui a praia... calçadão às 4h da tarde não conta.
- terminei de ler dois livros dos quatro que eu compreo do sandman e começei o terceiro.
- tomei água de coco, porque fazia tempo que não tomava.
- resolvi pendências no mestrado (colo grau dia 22 de novembro).
- fiz back up de algumas coisas (é que eu comprei um gravador de DVD pro computador).
- baixei meu primeiro filme via torrent: Peeping Tom, mas ainda não consequi passar pra DVD porque meu computador ainda não suporta.
- baixei umas músicas de bootleg da fiona apple. tão lindas.
- li camille paglia; uma análise que ela fez sobre Os Pássaros, de Hitchcock.
- votei.
- o reveillon já está programado: vai ser em japaratinga. faltam alguns detalhes a resolver.
- não arrumei meu quarto.
- mostrei olinda para um casal de portugueses que vão passar seis meses por aqui
- comi menos sushi.
- usei minhas economias para uma emergência.
- O filme Uma vida e outra, de Daniel Aragão, cujo roteiro eu escrevi foi selecionado pro festival de brasilia (é pra lá que vou em novembro)
- machuquei o pé tentando dançar break (mas me disseram que foi bastante performático).
- silvia veio para o aniversário dela e eu dei Paul Auster de aniversário.
- perdi o Tim Festival, mas pior é que nem doeu.
- prometi fazer uma música para mari, mas minha carreira de rapper não deslanchou.
- não virei a noite nenhuma vez.
- poderia ter sido melhor, mas um monte de coisa podia ser melhor também e não é.
- estou no meu inferno astral.

sábado, outubro 07, 2006

algumas coisas que valem a pena

agora eu vou ficar uma hora parado pensando no que ela disse...
... provavelmente ela não disse nada de importante.
amanhã eu acordo lúcido e descubro isso. nesse momento apenas faz sentido.

domingo, setembro 24, 2006

o fantástico mundo de...



David Lachapelle é um fotografo bem conhecido e bem hypado por causa da sua visão surreal e exagerada que empresta ao mundo da moda e da publicidade. Acontece que ele também curte dirigir videoclipes para uma gama bem variada de artistas que vão de The Vines a Mariah Carey, de Avril Lavigne a Whitney Houston, de Blink 182 a Elton John. Sei que um dia desses eu revi o clipe de Natural Blues, do Moby. Aí quando passou aquela cena da Christina Ricci dançando em cima da TV eu fiquei um bocado emocionado. Aí lembrei de outros clipes dele como o de Super Duper Love, da Joss Stone e I?m with you, da Avril Lavigne. Bom, esse último dá um novo sentido a imagens de adolescentes dançando em câmera-lenta e foi o responsável por eu finalmente assumir que gosto da Avril (mas isso é outra história). Como uma coisa leva à outra... fui procurar pelas fotos dele. Ele fez um monte de imagens que muita gente já deve ter visto, mesmo sem saber. Aí no site dele vi que tinha uma seção de PORTRAITS. Um monte de fotos de um monte de celebridades. Claro que eu fui logo ver as fotos das moças que povoam meu imaginário desde a década passada (inclusive a Natalie, claro). Foi aí que saquei que é graças a pessoas como Lachapelle que isso acontece. Essas pessoas que empurram imagens e mais imagens maravilhosas de gente mais ou menos maravilhosa que acabam de alguma forma fazendo parte de sua vida de uma forma bem freqüente. E, nas fotografias feitas por Lachapelle, estão essas mulheres emprestando suas presenças para a criação de um mundo colorido, estético, assimétrico e praticamente intangível. Ao mesmo tempo em que faz presente, afasta com a exuberância das cores e das formas. Ao mesmo tempo que capta um momento e transforma a realidade destrói qualquer possível legação com o ?real?. Não é como aquelas publicidades dos anos 50 em que mostravam a idealização de um padrão de vida que se pretendia real. Ele não busca mostrar o ideal, mas apenas o sonho e a impossibilidade. As fotos podem mostrar um mundo que escapa da realidade, mas não me sugere uma fuga. Acho que é mais o lance de me mostrar que não tem como fugir. O mundo que ele cria está só nas fotos.





também postei uma série de fotos dele no meu fotolog

sexta-feira, setembro 22, 2006

E, então, eu vi o Tortoise

Foi na segunda noite do No Ar Coquetel Molotov 2006. Claro, antes rolaram outras coisas. E o festival esse ano trazia muitas atrações por dia, o que tornou tudo uma maratona cansativa. E Tortoise foi a última banda. E ao longo da noite parecia que a ficha não ia cair. Era uma expectativa grande para ver uma das bandas da minha vida, mas ao mesmo tudo isso não causava ansiedade... eu ia ver Tortoise e tudo bem. E eu vi Tortoise antes da maioria das pessoas. Quando cheguei ao Centro de Convenções da UFPE, pensei que chegaria já no meio da sessão dos curtas que Daniel e Juliano selecionaram em nome da Símio Filmes. No entanto, eu cheguei lá e a salinha ainda estava sendo arrumada com seus puffs e iluminação e sistema de som e os suquinhos que uma ruiva distribuía junto com outra garota que também dava chocolates. E chegou o momento que alguém precisava anunciar, via sistema de som, que ia começar a mostra. Aí surge Vivi dizendo que Jarmeson não estava por lá e que as meninas não gostam de fazer o tal anúncio e perguntou se eu poderia faze-lo. Claro, não ia ser nada demais e eu ainda tive a oportunidade de conhecer os bastidores do teatro. Nessa hora justamente o Tortoise passava o som.

Então teve a mostra de filmes com coisas bem legais tipo Meu nome é Paulo Leminski, Fast Film e Quero ser Jack White. Aí depois rolaram os shows. Hrönir trouxe uma apresentação que eu não sei bem explicar, mas conseguia criar climas interessantes e atingir freqüências difíceis de suportar. Debate eu não vi direito, porque a sala estava cheia e o som estava alto, depois da primeira música, saí e voltei justamente na última. Teve o Chambaril, com uma apresentação muito boa, mas que teve seus problemas com equipamento. Com direito a Costinha e onda do gueri gueri nas projeções. Aí começaram os shows no palco principal. Vi Barbis e Valv lá do balcão. A primeira tem lá sua graça, mas cansa por vezes. A segunda fez um show bem empolgado e o vocalista destacou varias a importância de estarem tocando numa estrutura como aquela. Móveis Colônias de Acaju foi um verdadeiro fenômeno de massa, tinha até gente com faixa na platéia, gente cantando as músicas, isso de uma banda que a exposição máxima na grande mídia foi uma aparição no MTV Banda Antes, a galera se instigou um bocado, eu achei bem legal, mas preferir apenas observar. E Rubin Steiner parecia ser bem mais legal do que realmente foi. A música do cara era interessante e ele tinha uma presença de palco boa, mas o show não chegou a deslanchar.

Então teve o Tortoise. Antes do começo do show todo mundo procurava os melhores lugares, começava um pouco de ansiedade. E aí o show começou tenso, porque algumas pessoas não sabiam se iam ver em pé ou se iam sentar. E as vezes parecia que um monte de gente só estava ali por estar. Mas já no final da segunda música dava para perceber que show fantástico todos estávamos vendo. Que os caras tocam muito, acho que dá pra sacar pelos discos, mas que o show deles é algo extremamente poderoso e dinâmico, só vendo mesmo pra perceber. Também vale destacar que o Tortoise consegue chamar a atenção de um leque enorme de gente. De doidão a mombojete, muita gente estava realmente interessada em ver os caras. E se a platéia não parecia estar respondendo ao show foi porque estava atenta. Os caras trocam de lugar no palco e de instrumento com freqüência e as vezes não dá para acreditar que estão fazendo tudo aquilo lá na frente. Um gravão potente provocava arrepios. E teve um momento em que tocaram uma das músicas mais belas dele ?I set my face on the hill side?... foda!

E depois que tudo acabou, voltar a realidade. Já era quase de manhã e mesmo sendo domingo, existem compromissos. Sei que acabei conhecendo algum dos caras do Tortoise e confirmei uma impressão que tinha deles, são pessoas que gostam de música, que gostam de conhecer outras coisas, que sabem a importância das composições, as deles inclusive, na vida das pessoas e por isso mesmo são pessoas bem normais. Fiquei feliz porque pude dizer a eles que eles precisavam ouvir Itamar Assumpção e porque descobri que Dan Bitney gosta de Roberto Carlos e é fascinado pelos teclados de Laffayette.

terça-feira, setembro 12, 2006

recompensa por ficar acordado

Sexta-feira, final de tarde, eu pego um ônibus (para desmistificar a história de que os shows acontecem em um lugar distante e de difícil acesso...) e, depois da viagem já bastante conhecida por mim, chego no campus da UFPE - estudei lá quatro anos e meio na graduação e mais dois no mestrado. O No Ar Coquetel Molotov cresceu, mas ainda é o mesmo festival, isso ficou claro com o primeiro show da Sala Cine UFPE: Tony da Gatorra. Sabe aquela coisa punk do "faça você mesmo" é o caso desse artista, porque ele fez até um instrumento, a tal gatorra que parece uma guitarra, mas faz sons que parecem saídos de um Atari enquanto Tony destila suas letras de protesto. O show terminou com uma jam muito legal com a participação de Kassin, que foi a segunda atração com seu projeto Artificial. Musica eletrônica tocada na hora com lap top, game boy e parafernálias do tipo, sozinho Kasin conseguiu fazer um show incrível e bem pesado. Depois veio Diversitrônica, que junta os produtores Zé Guilherme, Leo e William, e não é a toa que têm esse nome, é música eletrônica para se divertir. Já não é novidade que os shows da salinha acontecem junto com as projeções que esse ano ficaram a cargo da Símio Filmes, mais precisamente Juliano Dorneles e Daniel Aragão. Nesses dois últimos shows eles fizeram as projeções mais legais: para o Artificial eles fizeram a mais conceitual e integrada com a música, para o Diversitrônica encheram a tela de cheer leaders e mulheres dançando.

Aí, começando os shows no Teatro da UFPE, Ahlev de Bossa trouxe seu experimentalismo com belas melodias e a melhor jam session que eles já fizeram, com destaque para o trompetista, que eu nunca tinha visto tocar com eles. Acho uma das bandas mais interessantes daqui do Recife, porque conseguem ser experimentais sem serem herméticos. Precisam fazer mais shows para melhorar no palco, mas já é uma grande banda. Badminton veio depois e já era outro astral. Uma banda de rock clássica. E muito boa. Já são veteranos, mas só se apresentam esporadicamente. O show teve lá seus problemas de som, mas conseguiu ser massa mesmo assim.

A primeira atração internacional do festival: Spleen. Eu não conhecia quase nada, mas li uma matéria e saquei o quanto música era algo que fazia parte da vida dele. Imaginei que o show ia ser bom por causa disso. Aí começa o cara lá no banquinho e violão com uma voz bem legal depois entram outros instrumentos e o show vai crescendo aos poucos. Depois de algumas músicas, fica sozinho no palco um branquelo de óculos de aro grosso chamado Tez que começa um beat box insano. É nessa hora que as pessoas correm em direção ao palco, eu inclusive, e aí a banda volta e manda ver o riff de Beat It de Michael Jackson. Spleen dança com uma saia de bailarina. Desce do palco visivelmente entusiasmado com o show. Enfim, não sei dizer se foi Spleen que levantou o público ou se foi o público que transformou o show em pura catarse; provavelmente foi um troca.

Descrever o show do CocoRosie parece uma tarefa inútil. Foi mais intenso do que um show de música. O clima do show é propício para dormir, e isso não é maldade. Foram as próprias irmãs que compõem e cantam as músicas que disseram vir tudo através de sonhos. Elas são estranhas. O clima do show é etéreo. Projeções de vídeo misturando unicórnios com imagens ao mesmo tempo tão cotidianas e estranhas. E tudo praticamente escuro. Eu não tinha me empolgado com as músicas que tinha ouvido, mas o show é outra coisa. Foi uma das coisas mais bonitas que eu presenciei. Era preciso lutar contra o próprio clima, o avançado da hora e o cansaço para não perder nada. As duas cantam bem, foram acompanhadas pelo pessoal do Spleen, colocavam ruídos de animais sobre as músicas e teve até uns passinhos de break. E eu lá parado, sem conseguir piscar, sem me preocupar se aquilo era bom ou ruim, porque era muito intenso. Mas aí o sono me pegou mesmo no show de Júpiter Maçã, mas o público que tinha escolhido ele para ser uma das atrações do festival parecia mesmo se divertir lá na frente, enquanto eu estava indo embora, mas sem nenhum peso na consciência.

segunda-feira, setembro 11, 2006

porque eu preciso dizer isso (na verdade, acho que já devia ter dito)

Já faz um tempo que passou. E agora é só memória. Para quem gosta de saber das coisas no calor da hora, provavelmente esse texto é matéria fria. Mas eu preferi dar esse tempo para escrever sobre a última edição do festival No Ar Coquetel Molotov 2006, que aconteceu nos dois primeiros dias do nono mês do sexto ano do novo milênio (informação para quem curte datas). É válido começar dizendo que eu tenho uma certa ligação afetiva com o festival. Explico: eu conheço os organizadores do evento (Jarmeson, Aninha, Tathi e Vivi) a um bom tempo, já participai mais de uma vez do programa de rádio deles, e dei algumas contribuições à revista também; soube do festival quando ele ainda era um projeto. Além disso, o festival já tinha sido responsável por momentos no mínimo agradáveis - o Teenage Fanclub, o Profiterolis (o show da salinha), Berg Sans Nipple, Mellotrons (um show instigado, mesmo sendo no teatro) - e até momentos surreais - Matt Dillon em uma festa pós-festival. Enfim, esse ano saiu no jornal que o festival se solidificou no calendário anual de eventos culturais da cidade, mas ele já faz parte da minha vida desde o primeiro ano. Aí, para a edição 2006 eles aprontam uma e resolvem trazer o Tortoise (Tortoise, porra!!). Bom, basta dizer que Tortoise é uma das bandas da minha vida.

Logo de cara deu para perceber que o evento cresceu no quesito visibilidade: acho que não teria empresas promovendo suas marcas em um lugar que não tivesse tal atributo. E, num mundo onde raramente se separa cultura do mercado, isso é algo importante. Não era mais aquela reunião de amigos do primeiro ano, nem a curiosidade do segundo. Parecia mesmo um evento viável. Mas que manteve suas características básicas.

quarta-feira, agosto 16, 2006

coisas para gostar, mas que fazem sofrer...

Aquela sessão de Vá e Veja na Fundação foi um dos momentos mais devastadores da minha vida. É engraçado essas coisas que a gente faz só porque gosta de cinema. O filme estaria numa lista dos melhores que eu já vi, certamente é um dos mais impactantes e extremos que já me atingiu. E foi em cheio. Eu não conseguia pensar em mais nada ao final do filme. As pessoas pareciam acompanhar um cortejo fúnebre quando se dirigiam a saída, ninguém falava nada, todos de cabeça baixa. E tipo, este não é um filme em que você chora por causa dos personagens e depois tudo fica bem. O filme te mostra com agonia o sofrimento das personagens, mas não é um filme pra chorar. É um filme que te incomoda de uma forma intensa.

Pra quê ir ver um filme pra sofrer tanto assim? Tem gente que acha um absurdo ir ver um filme pra ficar mal. Talvez eu tenha ido mesmo por gostar de cinema. Mas não é só isso. Sensações como estas provocadas por Vá e Veja fazem parte da vida, e podem ser aceitas como fruição estética. É uma discussão muito grande, na qual não quero entrar, sobre o porquê da arte e coisa e tal. O fato é um ótimo filme, mas não dá pra dizer que gostei. Não indiquei a uma pessoa sequer. Tem uma diferença entre achar uma obra boa e de fato gostar dela. Na verdade, nem sempre é preciso gostar pra ser uma experiência válida.

No meio do filme tem uma cena que eu achei prazerosa e bela de fato. Tem essa moça dançando como uma bailarina de cabaré em cima de uma mala no meio de uma floresta. Mesmo assim é uma cena desconcertante porque surge logo depois de um ataque aéreo, a tal floresta está bem devastada, a moça está toda suja de estilhaços e pólvora e fumaça; o som que acompanha a cena não é nenhuma música, um ruído contínuo, pois o personagem principal (o plano é uma subjetiva) está surdo devido à explosão.

Tem essa crítica que dá mais detalhes sobre o filme

sexta-feira, julho 28, 2006

acho estranho...

... só ir trabalhar de tarde
... acordar e assistir ghost world
... ler a biografia de josé mojica marins antes de dormir
... pegar um compacto do dalto e ouvir na radiola antes do almoço
... escrever a palavra "radiola"
... receber um telefonema de briza
... escrever nesse blog só por escrever

e hoje eu fiz tudo isso... e faço coisas assim minha vida toda...
muito estranho

quinta-feira, julho 27, 2006

feliz dia da enrolação!!

fica marcado esse dia, daqui em diante

domingo, junho 11, 2006

Oh ! Paris perdu / Je retourne vivre à Paris

essa semana foi o aniversário da Natalie (um quarto de século), e eu nem ia escrever nada referente como fiz de outras vezes, também, por algum dessas razões misteriosas não o NP.com para acompanhar a semana da Portmania que o pessoal do site sempre faz durante a semana de aniversário dela colocando coisinhas especiais para comemorar a data - esse pessoal é bom mesmo, eles descobrem muita coisa, de fofocas a anúncio de novos projetos. mas, voltando, hoje de manhã eu peguei o jornal e vi que a Globo programou logo O Profissional para passar no Supercine, pensei que pudesse ter sido uma espécie de homenagem de algum programador fã, e me senti meio relapso por não ter feito nada para marcar o dia - que por sinal foi ontem e a melhor coisa que eu fiz foi ir pro show do mellotrons (showzão por sinal) ? aí entrei no site para ver o que eles tinham aprontado... e aí, que eu nem dei tanta bola pros posts da Portmania, já que hoje eles publicaram umas 30 fotos dela andando pelas ruas de Paris... Paris, sabe? a capital da França? cidade das luzes... saca? cidade que por acaso é onde Daniel está essa semana. e sabe porque ele está lá? como A conta-gotas foi selecionado para o festival de curtas de Hamburgo ele foi convidado a ir lá para apresentar o curta e tal. acontece que foi um sufoco danado para conseguir a passagem, porque a Ancine e a Fundarpe tinha sinalizado com esse apoio, mas depois voltaram atrás. só que eu acabei falando com o pessoal lá na Prefeitura e acabou rolando a passagem, que virtualmente seria minha, caso Daniel tivesse conseguido outra forma de ir. e, como não fazia sentido eu ir e Daniel não ir, já que ele é o diretor do filme e de toda forma o convite foi para ele, eu abri mão da passagem porque era o certo a fazer. e daí que ele está lá. em Paris, saca? a capital da França? cidade das luzes... cidade onde a Natalie esteve essa semana, sabe? nem tô triste, nem tô revoltado, nem nada do gênero... só ri um pouco de como as coisas são. e, no futuro, eu posso usar isso para mostrar como eu sou um grande amigo e fazer algum tipo de chantagem emocional.

ah! se O Profissional foi programado por algum fã que trabalhe na Globo, eu não posso ter certeza. mas, como nas chamadas do Supercine que passaram nos intervalos nem citavam o nome dela, posso imaginar que tenha sido só uma coincidência.

terça-feira, maio 16, 2006

respira fundo

a pessoa não vive sem respirar, né? na maioria das vezes, a pessoa simplesmente respira. nem se preocupa com isso. a não ser que haja algum problema, aí a pessoa se preocupar porque não consegue respirar e tenta respirar. e é isso. a gente precisa respirar pra viver. mas não se preocupa em respirar. não tem que aprender. nem tem que ser estimulada, na maioria das vezes. apenas respira. e pronto. vive.

então, um dia eu fui numa médica. ela disse que eu não sei respirar. eu nunca imaginei que fosse possível não saber respirar. mas a médica disse. e acho que ela sabia o que estava a falar. e parecia mesmo saber. e vai ver é isso: eu não sei respirar. e o fato de estar vivo, deve ser uma espécie de truque, de trapaça, de fraude. talvez insistência, talvez teimosia.

segunda-feira, abril 24, 2006

vastas emoções e pensamentos imperfeitos ou o ombro de Camille

tinha sido um final de semana bem movimentado, que, não por acaso, começara na quinta a noite, em uma festa que foi igualmente animada e seqüelada. sexta teve o primeiro dia do abril pro rock, sem muita empolgação pra ver muita coisa, mas muito divertida no final das contas, graças principalmente ao Stereo Total (bandinha massa) e ao Diplo, até. mas também foi uma noite errada no final das contas. então sábado eu fui pra praia - boa viagem, primeiro jardim - e não lembro a última vez que havia ficado tanto tempo em qualquer praia que fosse, e acabou que foi muito legal, apesar do sol e do vermelho em algumas partes do corpo. e ainda teve uma incursão pelos temperos fortes do Applebee's, com direito a parafuso na limonada e uma garçonete muito feliz demais, mas no final das contas ficou aquela sensação de fastio provocada pelo refrigerante free-refil. e deve ter sido pouco depois disso que começou.

o plano para conseguir provar que tudo isso não tinha tanto peso: horas e horas preparando o show de Camille - músicas, fotos, vídeos. sonho, até. uma agonia desgraçada até chegar ao pavilhão, mais uma noite de abril pro rock. sei que teve coisas boas antes e depois do show - Cidadão Instigado; Lafayette, até; Cachorrão (o melhor? talvez) - e teve uma trilha sonora enquanto eu varava a cidade no banco de trás de um carro - e era uma música muito boa e redentora, até. devia estar muito chato, porque deixava claro o quão insignificante estava todo o resto diante dela. e não estava nos planos ficar daquele jeito por causa dela, mas eis que era inevitável. e o show começa, e a pessoa sabe que é bom, mesmo não sem ser escutado como merecia, mas o pior é que nem isso parecia ser importante a partir de agora.

ela lê um papel e saca logo que é sobre aquela música, que tem um refrão massa, que fala dos ex. e ela precisa dos ex dela no palco. não tinha outra coisa pra fazer, não tinha como não ser. aí foi. não sei quantas pessoas viram aquilo, sabia que não era uma coisa muito legal de se fazer. mas eu precisava ver Camille de perto. tipo, precisava mesmo. ninguém vai fazer muita idéia. e ela falou para as pessoas dançarem, e os outros começaram a fazer uma dança sincronizada, mas eu nem me liguei porque estava olhando para ela. não tinha mais nada para ver. e uma hora ela se vira e fica de frente para mim, e sem saber bem se era um convite eu vou danço na direção dela. depois até faz o mesmo com os outros caras que subiram ao palco - com aquela lambada assustadora de um amigo que me fez lembrar o que é v.a.. aí acabou a música e tinha que descer do palco, e os outros vão na direção dela e uma menina fala que ela é muito bonita, um gordinho pede um autografo em um CD e não sei o que mais... e aí eu me aproximo e dou um beijo no ombro dela. num sei porque, mas foi. e aí eu vi os olhos dela.

depois de ver o resto do show da platéia, voltar a realidade. e como tenho um senso de realidade meio distorcido, só tenho certeza que realmente beijei o ombro da Camille porque as pessoas ainda vêm me falar sobre isso.

quinta-feira, abril 13, 2006

uma conversa dez anos antes de maria flor ir embora

    cadê você?
aqui
    explica como é que funciona
    porque eu já tô prestes a desistir
o que?
    isso...
    as pessoas se interessam por outras
    elas saem
    elas ficam
    elas namoram
    parece simples
    mas eu não entendo
é simples
    o mecanismo
    não acontece
    não funciona
por que não?
acho que tu fica esperando...
quando a gente espera, nunca acontece
pelo menos é assim que é comigo
    não...
    não é esperar
o que é?
    eu espero um ônibus na parada
    porque sei que cedo ou tarde ele passa
    eu espero começar um filme, na hora da sessão
    e normalmente ele começa
    espero que uma hora o sono chegue
    e na maioria das vezes ele chega
    isso é esperar
tu não acha que uma relação pode chegar também?
    não
    porque isso não faz parte da natureza
    da natureza de ter uma relação
por que tu acha que não?
    as pessoas nascem sozinhas e morrem sozinhas
    isso faz parte da natureza
    da natureza de estar só
    então você pode esperar ficar só
    ou
    fazer algo, que não é esperar, pra conseguir dividir algo com alguém

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

alguns segundos diante dela

e era um momento muito esperado por mim: não apenas ver você, mas saber que você me vê. e eu posso dizer, que o homem diante de você lhe deve muito. durante muito tempo minha vida foi voltada para quando enfim nos encontrássemos, e tudo que eu fiz foi por sua causa. provavelmente você já ouviu centenas de pessoas dizerem coisas muito parecidas. dizerem o quanto você é especial, o quanto você é importante, o quanto elas lhe amam. e eu tento imaginar o quão estranha deve ser a sensação de ouvir isso de alguém que você nem conhece, para quem você nem é real. o que me leva a pensar se vale a pena dizer todas as coisas as quais guardei durante os anos. eu não queria falar. na verdade, eu preferia ouvir você. ou que talvez os dois ficássemos calados. então você saberia tudo isso só através do meu olhar. e talvez lembre do dia em que um estranho parou por alguns segundos diante de você, olhou nos seus olhos, e sorriu.


esse nem é tão recente, mas já que estava sem atualizar...

sábado, janeiro 28, 2006

falô, saturno

bom... eu não sei se faz sentido... mas eu queria que alguém me mostrasse como dar um rumo à vida em 10 passos simples.
inclusive... simplicidade é algo que eu preciso no momento

um dia desses me disseram que a coisa com a qual eu tenho mais dificuldade na vida é algo muito fácil de se resolver.
e como vai existir chão depois disso?

e antes que alguém venha falar merda: não, eu não estou mal

terça-feira, janeiro 03, 2006

e meu 2006 começou assim...

... não tem muito como saber a hora oficial num lugar onde não se tem a contagem regressiva da globo, por isso decidimos que iriamos nos guiar pela hora de flávia, mas acabou valendo mesmo a de leal. então eu estorei a garrafa de espumante, barato, mas ainda assim espumante, e foi a primeira vez na vida que eu fiz isso. eu tomo um gole e passo a garrafa para zenzi que faz a garrafa jorrar depois de sacudí-la. corro para dar um beijo de ano novo em júlia e dar um abraço em simone... depois não lembro a ordem. alguém grita para irmos pular as sete ondas. saímos gritando loucamente em direção ao mar. acontece que o mar de peroba é muito raso e quando a maré baixa só existe bancos de areia a algumas poças. algumas pessoas desistem no meio do caminho, chico faz uma referência a antoine doinel, mas apenas eu e fábio seguimos adiante. então foi assim: areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, areia, "caralho, é um coral!". resultado furamos o pé e desistimos de tentar encontrar o mar. voltamos rindo da situação e avisamos aos outros que as sete ondas não vão rolar. no meio do caminho encontramos o pessoal da casa ao lado, a quem tinhamos perturbado a calma do momento qando passamos correndo em direção ao mar. eu falo com todos e aline me chama para uma foto que daniel estava tirando, mas eu não apareci, fiquei na sombra do flash. recupero minha garrafa de espumante e tomo o restinho depois de oferecer um pouco para aline provar (ela tinha comprado o seu próprio espumante barato de uma outra marca que tomamos logo em seguida). depois tem a ceia, que eu quase não como nada. epic do faith no more foi a primeira música que eu dancei esse ano. depois eu, daniel e aline nos aventuramos pela praia em direção à casa de pablo, onde está rolando uma festa. só qe depois de vencermos os maiores obstáculos, desistimos por causa da total escuridão a partir de um certo ponto. voltando para nossas casas, eu e aline recitamos auden em inglês, mas eu recito errado o poema the more loving one, aline recita o do relógio. dançamos junto com o pessoal da casa onde eu estava, principalmente chico, fábio, fernando. depois as pessoas morgam e eu tive que ir dormir às 3h porque não ia ficar mais ninguém.

ah! o espumante barato que eu comprei valeu muito a pena.

e meu 2005 terminou assim...

... dentre outras coisas, durante o dia eu raspei o cabelo (legal porque eu tinha ido comer ostra com o pessoal da casa ao lado com cebelo, dei uma saidinha para casa onde estava, e voltei para lá sem cabelo... o que resultou numa piada que ficaria sem contexto em poucas linhas), conversei com moisés sobre o lance da virada de ano reunir, mesmo que simbilicamente, as pessoas num sentimento coletivo de renovação: fechar um cíclo e começar outro. fiz uma salada com a ajuda de simone (na verdade, eu que ajudei ela) como minha contribuição para a ceia. depois fui tomar banho. acabou a água. algumas piadas com o nome de Foucault. vamos todos para a praia e eu carrego uma garrafa de espumante barato, mas não é sidra, é espumante de fato. na praia, simone diz que todo mundo tem que tirar a sandália para sentir a terra. é nos preparamos para a contagem regressiva...