pessoas,
não adianta mesmo eu dizer que a Natalie não foi o motivo de eu ter raspado o cabelo - nem mesmo meu histórico de cabelo raspado desde os 17 anos vão fazer alguém acreditar diferente. Cris disse que eu posso não saber, mas foi por causa da Natalie, definitivamente. mas, percebam uma coisa, tem poucas coisas que definem, no últimos anos, minha existência para as pessoas que a vêem de fora - ou seja, o resto do mundo - e entre elas a Natalie tem um papel bem forte. ninguém estava lá no extinto Cine Veneza presenciando o momento em que nasceu a indagação "quem é esse pessoa?" enquanto eu assistia Marte Ataca!. ninguém, nem mesmo alguém da minha família, passou perto da sala da minha casa enquanto eu começava a responder essa questão filosófica ao descobrir, tardiamente, O Profissional em uma sessão da Bandeirantes. poucos tomaram conhecimento da minhas buscas pela internet para tentar entender mais aquilo que acontecia na minha vida, sem poder evitar o fato de que quanto mais eu procurava mais presente ela se fazia. quem vai acreditar que eu terminei meu curso de comunicação por causa dela, porque, sim, a idéia da monografia surgiu com ela? e as noites que passei tentando escrever um roteiro de longa-metragem inspirado nela foram totalmente solitárias, e, por tabela, isso foi acabar em uma dissertação de mestrado. ok, a internet, e o fotolog em particular, foi útil para que as pessoas pudessem entender um pouco o que foi esperar Closer durante tanto tempo. mas eu nunca deixei transparecer muito meu ciúme quando o resto do mundo veio a conhecê-la como a mãe de Luke, e, tipo, eu já sabia que ela ia fazer esse papel e a minha ânsia pela nova trilogia era dobrada. pô, até a Audrey, entrou definitivamente na minha vida, de certa forma, por causa da Natalie. não vou mudar a história e dizer que me interessei por cinema por causa dela também, quase tudo que me fez gostar de cinema, veio antes dela. assim como, eu já gostava de Ben antes de saber que era a música preferida dela. mas, tudo que aconteceu depois, tem, em certo grau e de alguma forma, relação com ela. então, poxa, perto disso o cabelo é só um detalhe. e se um dia eu vier a ser uma concretização mais ou menos bem sucedida daqueles meus planos, e se só puder dizer uma coisa para ela, eu vou dizer: foi por sua causa.
domingo, maio 29, 2005
porque o cabelo é o mínimo, poxa
sábado, maio 28, 2005
;: era pra ser um post sobre uma música preferida:;
ain't no sunshine when she's gone.
i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know i know
she's always gone too long any time she goes away
who's she?
terça-feira, maio 24, 2005
meu headphone não salvou minha vida... ... mas é bom tê-lo por perto
Como eu costumo dormir bem tarde sempre me batia a preocupação de estar incomodando as pessoas por escutar música em um momento em que praticamente não existe mais barulho no resto do mundo. E normalmente nesse horário eu escuto música em um volume mais baixo do que normalmente. Só que tudo parece soar mais alto. A saída seria usar um headphone - que é uma invenção maravilhosa. Só que nunca me passava pela cabeça em comprar um. Simplesmente não estava nas minha prioridades, muito menos em meus caprichos consumistas. Assim, continuava a ouvir música à noite sob a tensão de alguém chegar e pedir para eu abaixar (ainda mais) o volume. Até que um dia, por uma dessas reviravoltas da vida moderna, me vi tendo que trocar uma mercadoria em um lugar onde nada me despertava o interesse. E em um momento mágico eu avisto um headphone, que podia não ser maravilhoso, mas também não era ruim. Então levo pra casa graças à ética dos vendedores e ao código de defesa do consumidor. Passei a usar o meu headphone sem grandes estardalhaços. É só mais um daqueles artefatos que passamos a usar no nosso cotidiano, sem nem nos darmos conta dos benefícios que trazem.
Em um período próximo uns amigos falam entusiasmadamente sobre um cantor cuja música servia de background. E durante as falas deles e o som que embalava a conversa fui me interessando. Chego em casa e vou procurar as músicas para baixar pela internet. Depois de algumas semanas em que o programa não funciona direito, enfim consigo baixar um disco de 36 faixas entitulado The Headphone Masterpiece desse cara chamado Cody Chesnutt.
Sim, como o nome sugere, é um disco para ser ouvido usando o headphone. Não se preocupa em esconder a precariedade com que foi produzido. Nada impede sua apreciação através de qualquer outro equipamento. Pode ser ouvido nas melhores caixas acústicas, em aparelhos hi-fi, o que for. Mas, de fato, é um disco concebido para os fones de ouvido.
Foi em 1992 que Cody Chesnutt desfez um contrato que tinha com uma gravadora, através de sua banda Crosswalk, para se dedicar a fazer música da maneira que achava mais certa. E passou-se uma década até que com o lançamento do já citado disco seus planos começassem a se concretizar. Trancado no seu quarto usou uma estrutura simples para gravar suas composições tocando quase todos os instrumentos. Assim dá pra sacar que o headphone do título não é uma metáfora, foi uma peça fundamental para a produção.
Musicalmente trás alguns elementos que remetem à energia do rock dos anos 60, algo de soul e R&B, e uma presença maciça de hip-hop. As letras são cotidianas girando em torno do universo masculino, podem beirar ao machismo em alguns momentos. A voz de Chesnutt casa bem com a atmosfera que ele cria para suas músicas. Existe uma legitimidade no que ele canta que busca a emoção sem se importar muito com a afinação. Também há uma certa empáfia, presentes desde o nome do disco e do número de músicas (estrear logo com um disco duplo é muita pretensão), mas tudo parece se justificar pela jornada pessoal e quase solitária (mais uma vez os fones de ouvido) que o disco é. O disco não é exatamente a obra-prima que se pretende, a não ser, talvez, para aqueles momentos em que pode ser ouvida através da solidão de um headphone enquanto tenta levar algum projeto pessoal adiante.