Tenho sonhado com uma garotinha, ainda de colo. Esse sonho vem se repetindo com certa freqüência. Tentei dar um significado pra ele. Pensei que pudesse ser que alguém próximo a mim fosse ter uma filhinha pra logo. Lembrei até que três colegas de trabalhos estão grávidas. Parecia confirmar essa minha impressão. Depois soube que nenhuma delas ia ter uma filha... mas ainda assim pensei que pudesse ser. A garotinha parou de entrar nos meus sonhos e eu até tinha esquecido disso. Aí teve outro sonho. E ela aparecia muito mais do que antes. E interagia comigo dessa vez. E com muito afeto. Um tipo de afeto que eu não lembro de já ter sentido dessa forma. Sempre pensei que teria uma filha um dia. Sempre gostei dessa idéia. Talvez porque eu tenho três irmãos e sempre ter sentido falta de mais presenças femininas na minha família. Mas é uma idéia que eu descartei faz pouco tempo. Porque decidi que não vou ter filhos. Nem filha... Tenho me preocupado muito com a superpopulação e acho que seria hipocresia me preocupar com isso e ainda querer colocar mais seres humanos no mundo. Pode parecer radical. Pode parecer que é um motivo extremamente impessoal para tomar uma decisão dessas. Eu acredito que existem coisas que possam fazer uma pessoa passar de um ponto de vista extremado para um mais moderado. E poderia mudar facilmente de opinião se encontrasse uma pessoa com quem quisesse ter uma filha. Com quem poderia dividir a responsabilidade de criar, educar e dar suporte de todo tipo a alguém. Admiro quando duas pessoas criam uma criança pelas razões certas, quando têm certeza que querem dar prosseguimento a família de uma forma responsável, ainda que movido por um pouco de paixão. Por isso não serei um ativista da natalidade zero. Só tenho essa posição por ter certeza que não encontrerei alguém que me fara mudar de ideia. Que me fará querer ter uma filha... cuidar, dar carinho, educar... e depois ter orgulho dela, ficar feliz com ela, ter uma amiga pra te ajudar no fim da vida... Apesar de tudo, continuo achando um sonho bonito.
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Gostaria de dedicar esse post a uma amiga, pelos motivos certos, e a uma pessoa que não se identificou em sua contribuição, pelos motivos errados.
segunda-feira, março 31, 2003
sábado, março 29, 2003
quinta-feira, março 27, 2003
Chico, não tive intenção de falar de um eu imutável. Era somente sobre um eu, que muda sempre, mas que continua sendo, inegavelmente, eu. Quando me referi a ser outra pessoa: tu, ele, ela... Era algo externo ao eu. É mais ou menos isso. Sei que já faz tempo e possivelmente estou diferente de quando escrevi aquilo. Mas nem tanto.
segunda-feira, março 17, 2003
mmpxls
Eu estava no banco de trás. Era uma viagem de volta depois de um fim de semana longe de casa. Lembro que estava tocando uma música antiga, Scott Walker talvez. A conversa parou aos poucos. Ficamos todos em silêncio por um longo tempo. Até que ele se virou para mim e perguntou se podia me abraçar. Claro que podia. Apesar de não sentir por ele o mesmo que ele sentia por mim, tinha por ele grande afeto. O acidente aconteceu durante o abraço. Não sei se ele pensou que o mundo podia acabar naquele momento ou essas coisas românticas que ele costumava falar com ironia. O fato é que ele morreu entre os meus braços e aquele momento deve ter durado uma eternidade, por isso, talvez ele tenha sido feliz para sempre.
terça-feira, março 11, 2003
Na impossibilidade de escrever algo mais 'elaborado' vou só dizer que sábado eu descobri que ainda posso me surpreender com as pessoas, mesmo quando elas fazem o que se espera que elas façam. Acho isso legal, talvez pelo fato de diminuir um pouco a sensação de tédio que vez por outra toma conta da minha visão de mundo.
Sim, sinto tédio... mas não porque o mundo seja entendiante, mas exatamente porque sei que ele é cheio de possibilidades. E isso de se ter vários procedimentos possíveis nesse mundo me deixa chateado pela falta de opção que eu (o maior culpado) e as pessoas que me rodeiam (as maiores culpadas também) e outras que não estão nem próximas nos damos.
Mas voltando: o que me surpreendeu no sábado foi a forma como as pessoas estavam sensíveis, amáveis e até mesmo apaixonadas. E digo isso sem medo de ter desviado minha visão por causa de um sentimentalismo, não mesmo. Até porque ultimamente tenho sido o oposto disso tudo, não avesso; mas tenho questionado muito sobre sentir certas coisas aparentemente nobres. Mas, no sábado, nada era excepcional, as pessoas continuavam a ser elas mesmas da forma como eu sempre as vi e não era uma data tão especial assim (era o Dia Internacional das Mulheres mas eu nunca entendi esse dia - sem nenhuma conotação machista ou feminista). Parece que as pessoas só lembraram que podem ser assim e sem tornar isso numa coisa especial... é algo que acontece... e só.
Poderia fazer como fez Daniel e relatar uma conversa legal que eu tive com uma garota, que eu até já conhecia, mas não vou fazer isso (parece até que já fiz). Não por uma espécie de timidez e sim porque não quero dar a isso um tamanho maior do que isso merece. Simplesmente porque fiz o paragrafo anterior... e é nisso que quero basear certas coisas daqui pra frente.
quinta-feira, março 06, 2003
... bom, prefiro sempre estar à disposição quando alguém me pede para fazer algo... talvez quando uma coisa legal for acontecer se lembrem de mim
Estou de volta...
... and I'm still dreaming of Cecilia