segunda-feira, agosto 25, 2003

Na nova edição do Dicionário Oxford tem uma nova definição para o verbete 'brazilian'. Brazilian, segundo a ampliação, significa um estilo de depilação dos pelos pubianos femininos no qual só uma pequena faixa de pelos é deixada no centro. Acho que diz muito sobre ser brasileiro. Se alguém aí estiver com uma crise de identidade nacional acho que o conceituado dicionário inglês possa ter alguma relevância para por fim nisso. O dicionário mantém a definição mais tradicional de que brasileiro é algo ou alguém natural do Brasil. Como brasileiro você pode escolher entre uma ou outra, dependendo da conveniência. Isso é que é identidade fragmentada.

Eu saí de casa e fui ver um filme que tinha quase certeza que não seria grande coisa. E estava certo. A festa que nunca termina fala sobre Manchester e sobre as bandas de lá... tem uns toques de humor sobre conhecimento pop e um monte de piadas (a maioria interna), acho que é o típico filme "regional". Lembra de Conceição, aquele curta que mostra o Recife e tem um taxista falando coisas filosóficas como "se Deus fosse colocar um piercing no mundo, ele colocaria no Recife... o Recife é imbigo (sic) do mundo" aí depois aparecia um monte de ilustres desconhecidos da "cena" recifense. O filme inglês me deu essa sensação... só que no caso estamos falando de um movimento musical muito mais intenso e com mais repercussão mundo afora do que o Recife pensou um dia em ter.

Reflexões: o carinha lá, a certa altura, diz que está tentando ser pós-moderno antes que vire moda. Quando eu comecei a tomar contato com Jameson, Baudrillard, Berman e etc, esse papo de PM já era uma piada acadêmica. Mas parece que ainda tem graça, a ponto de estar num filme de humor. Ian Curtis se enforca aos 24 anos, tem uma frase dele dizendo que Bowie é impostor e que se Yeats tivesse morrido aos 25, ele (Curtis) teria ouvido falar do tal poeta. Vou fazer 26 daqui a poucos meses, ainda tenho algum tempo.

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