é isso. daqui a pouco estou embarcando com destino a são paulo. o motivo da viagem são os show do sonic youth, flaming lips, iggy pop, fantômas e, de quebra nine inch nails. o motivo de ir com certa antecedência é pra fugir um pouco da rotina e ficar sem fazer nada lá em sp. dessa vez eu tô indo sem planejar muita coisa. sei que vou ficar na casa de gabi e paulinho. sei que vou querer ir ao cinema. e vou sair pra comer também. e que sábado vai ser rojão.
eu volto na segunda, a noite. então, até lá.
quarta-feira, novembro 23, 2005
a infraero informa...
sábado, novembro 19, 2005
então
. domingo passado foi meu aniversário
* fui pra itamaracá com o povo, no sábado, e voltei no domingo para ver minha família - principalmente minha mãe. ainda fui comer sushi com jarmeson, e depois fui tomar sorvete de pistache com tomaz e luciana. na segunda voltei pra itamaracá com aline e voltamos todos na terça.
- quarta fui almoçar com tomaz, luciana e julie no lalatesh. o carpaccio estava muito bom.
+ vi cinema, aspirinas e urubus, também na quarta, depois de ter perdido a primeira sessão e quase perde a última. deixei para ir na última porque encontrei camilia (k-mila), no shopping e ela disse que iria a noite com pajé. então fomos os três. gostei mesmo do filme.
/ na quinta eu vi, finalmente, hora de voltar. briza havia me dado a dica da superfilmes, locadora sobre a qual já tinha recebido e-mails de renatinha e buí. o filme é muito bom. provavelmente eu vou escrever mais sobre ele. e na sexta eu assisti de novo, dessa vez com comentários de Zach Braff e da Natalie.
% fui almoçar, na sexta, com as pessoas do trabalho: marconi, jarmeson (sim, jarmeson é uma pessoa do trabalho), fábio araújo e alê. comi bife acebolado no royal. bife acebolado... ora como as coisas mudam.
& a "janta", na sexta, foi um falafel dividido com k-mila, no central. já comi melhores, lá mesmo. o suco também não estava bom. mais tarde voltamos lá pra tomar sorvete com vodka.
$ na sexta também teve shows na rua da aurora. fui mais pelo mellotrons, que é uma banda que eu gosto muito. mas vi RdO, que por sinal tá lançando o disco e tem "meu nome" nos créditos.
= essa semana começou a mixagem do cd do profiterolis. não deu para aparecer por lá, mas devo filmar alguma coisa da mixagem pra o documentário sobre essa pérola fonográfica.
! no mais, eu soube, não sei precisar o dia, mas foi essa semana, que o fantômas - isso mesmo o FATÔMAS - vem tocar no claro que é rock. bom, eu já ia ver flaming lips, sonic youth e iggy, e mesmo assim, 2005 ia ser o ano que o fantômas não veio. só que agora vai ser o ano em que eu vi o fantômas. não vai compensar por eu não ter ido ver o FNM no geraldão (caralho! o geraldão) mas vai ser muito muito muito...
sexta-feira, novembro 18, 2005
Curta-metragem A CONTA-GOTAS na Fundaj
segunda, lá no Cinema da Fundação, tem o lançamento de A Cont-gotas, curta dirigido por Daniel com produção da Colônia Filmes, Símio Filmes e Rec Produtores. Começa às 20h.
eu escrevi o roteiro junto com Daniel. é sobre um cara que vive apenas para cuidar de sua mãezinha em estado terminal - sobrevivendo à base de remédios controlados. tem Olimpío Gonçalves (john oates recifense) no papel principal e Socorro Raposo, interpretando a mãe.
vai ser exibido em HD, exatamente a mesma qualidade qual foi concebido. então acho que vai ser uma boa, já que nem sempre dá pra ver curtas no cinema. e sendo logo na fundação que tem um lance meio afetivo (pô, foi lá que eu vi um monte de filme legal).
vai ter outros no programa:"Os Beijos Que Não Te Dei", "Textículos de Mary e Outras Histórias" e "Deixe-se Acreditar". esse último é um clipe do mombojó que foi dirigido por Juliano, ganhou até um prêmio (parabéns, mago). então, pode chamar sua amiga mombojete também.
Onde: FUNDAJ
Quando: Segunda dia 21 de novembro, 20h - Gratuíto
após a exibição terá uma conversa com os realizadores
A conta-gotas
Direção: Daniel Aragão
Tempo: 20 Minutos
Formato HDV
Ano: 2005
Sinopse- Rapaz que cuida sozinho de sua mãe em estado terminal vive a conta-gotas, numa normalidade extremamente calculada.
Os Beijos Que Não Te Dei
Direção: Sérgio Ricardo Soares e Max Santos
Tempo: 17 minutos
Formato DV
Ano: 2005
Sinopse - Homenagem às avessas aos folhetins latino-americanos e fotonovelas dos anos 70. Pompílio e Gustava se apaixonam desesperadamente segundos após se conhecerem. Mas, separados pela intolerância e a incompreensão, vagarão durantes anos numa busca inglória um pelo outro, numa trajetória de desencontros, lágrimas, compaixão, traição e jorros de sangue.
Textículos de Mary e Outras Histórias
Direção: Flávia da Rosa Borges
Tempo: 24 minutos
Formato DV
Ano: 2005
Sinopse - Nascidos da mutação dos testículos da travesti Mary, três travestis-mutantes encontram os pequenos textos da desaparecida personagem e saem pelas ruas cantarolando-os. Auto-intitulados porta-vozes dos marginalizados, Chupeta, Lollipop e Cilene Lapadinha tiveram sua breve trajetória marcada pela polêmica. Engolidos pelo mar de lama dos mangueboys que habitam Recife, a Textículos de Mary foi uma banda ousada e que teve a coragem de assumir uma uma postura assumidamente homossexual em cima dos palcos.
Criada no final dos anos 90, essa banda teve uma vida breve. No dia 29 de julho de 2004, um show no Teatro do Parque, Recife, marcou o fim da banda. Mas como diria Chupeta, fechou com chave de ouro.
Deixe-se Acreditar
Direção: Juliano Dornelles
Tempo: 4 minutos
Formato: HDV
Ano: 2005
Sinopse- Clipe do Mombojó "Deixe-se Acreditar" - Um dia na vida de meninos de rua onde tudo é possível, até ser feliz.
Tempo Total de projeção: 65 minutos
sexta-feira, novembro 11, 2005
contrabandista
tem toda aquela história sobre filmes de contrabando. filmes que são feito de um jeito que parece um filme, mas lá dentro tem outro filme. esse tipo de coisa é comum em filmes de estúdio, onde um diretor pode fazer um filme autoral parecer um blockbuster. ou quando um filme de terror é, no fundo, um filme político. aí, a pessoa vai ver um filme de Amos Gitai, que é um cineasta bem político, mas vai ver por causa de uma cena de choro que dura uns dez minutos. e quem está chorando é Natalie Portman, que no filme se chama Rebecca, mas tem um história parecida com a da atriz. algum desavisado, que não conheça muito sobre Gitai (o que é algo bastante aceitável), talvez possa pensar que se trata de um contrabando: um filme para mostrar um rosto conhecido, que na verdade é um filme político. e talvez tenha um pouco disso. só que parece que Gitai complica mais ainda as coisas. ele não tem a preocupação de esconder que é um filme político. nessa cena dos dez minutos de choro, toca uma música sobre um cordeiro comprado por duas moedas com uma temática parecida com aquela música que tem uma velha a fiar (o cordeiro é comido pelo gato, que é mordido pelo cachorro, que apanha com um pau, que é queimado pelo fogo, que é apagado pela água...). só que, de fato, essa é uma música política, em que, depois de acontecer tanta coisa por causa do cordeiro, pergunta até quando esse ciclo de violência vai perdurar. então, se é de fato um filme de contrabando sobre duas mulheres que vão de Israel para a Jordânia para acertar uma transação financeira e a outra simplesmente a acompanha, Gitai mostra o contrabando bem na primeira cena. Rebecca chora porque rompeu o noivado, o filme começa com esse choro, mas só o desenvolve em outro nível. a história de Rebecca é contada de uma forma pouco usual: enquanto ela viaja pela Jordânia a bordo do táxi de Hanah, as imagens do relacionamento dela com o noivo são sobrepostas às imagem da estrada e do carro em deslocamento. então, o filme não está interessado no drama de Rebecca, mas também não o descarta. na verdade, é Hanah, que tem que resolver alguns negócios do marido num lugar chamado Free Zone, que é um lugar de fronteiras (entre-lugar). o filme se centra nas diferenças entre as pessoas de culturas diferentes para fazer comentários sobre o oriente médio e toda aquela coisa entre árabes e judeus. tem falas sobre as Entifadas, sobre problemas territoriais, cenas de alfândega. uma das cenas mais interessantes neste sentido é quando Rebecca fala sobre a influência do Império Romano naquela região, só que Hannah, não parece muito interessada. sim, Rebecca é uma personagem perdida no meio daquela história. ela é uma americana, que se mudou para Israel por causa do noivo judeu, mas tem problemas com a sogra, pois ela não é judia, apenas o pai dela é judeu. lá para as tantas ela diz que não sabe a que lugar pertence. também tem Laila, que é palestina, casada com um sujeito conhecido como ?o americano?, que é quem deve dinheiro para o marido de Hannah. Laila que tem que levar Hannah até o dinheiro, mas as duas não se entendem, ou fazem questão de parecer que não se entendem. parece confuso? pois eu achei que o filme não tem muito uma razão de ser. e no final ele mostra que não chega em lugar nenhum. o fato é que as atrizes são boas. tem uma cena em que as três ouvem uma música pelo som do carro enquanto dirigem de volta para Israel, e dividem a mesma satisfação. o filme tem ótimas cenas. tem um monte de coisinhas sobre aquela coisa complicada que é o Oriente Médio. e se Hannah Laslo tem um desempenho tão bom para ter ganho o prêmio em Cannes, Natalie Portman está linda. e ela aparece um bocado para uma personagem que não tem nada o que fazer na trama. então, realmente me parece um filme de contrabando: um filme que parece ser um filme político, mas no fundo é um filme para ver Natalie Portman.
o título do post não é sobre Gitai, mas sobre mim mesmo, porque eu fui ver Free Zone com a única intenção de ver Natalie Portman. e vi. eu esperava um filme muito ruim. só que ele não é ruim. só não tem uma razão de ser. ou tem, mas fica tudo fora da tela.
e esse ano foram três filmes da Natalie Portman vistos no cinema... o que não me deixa nem um pouco satisfeito porque eu perdi de ver Hora de Voltar. nunca vou me perdoar por isso. por sinal eu ainda não via Hora de Voltar, porque as locadoras do Recife estão de complô contra mim.
segunda-feira, novembro 07, 2005
às vezes é preciso ver a vida com menos poesia
ontem eu vi 2046. e não consigo não achar estranho de ter sido no multiplex. ok. o público foi o que sempre vai ver esse tipo de filme onde quer que ele passe. não tive o prazer de ver aquelas pessoas que decidem o filme na hora entrando na sala "por engano". mas, vendo a coisa de uma forma mais ou menos objetiva: era um filme numa sala de exibição. não há nada de estranho nisso. mais ou menos.
eu cheguei a conclusão que eu estava na sintonia perfeita para ver o filme. não que eu estivesse morrendo para ver. até foi um filme que eu esperei um bocado para poder ver, mas era como algo inevitável: cedo ou tarde eu o veria. então, nenhum desespero com relação a isso. o fato é que talvez seja o filme menos interessante de Wong Kar Wai. ainda assim foi muito bom tê-lo visto ontem. porque é um filme muito auto-referente. seria estranho vê-lo sem ter visto, no mínimo, Amor à flor da pele. então, vendo 2046, dá mais ou menos para entender porque eu gosto tanto de Wong Kar Wai.
tem uma cena que te lembra o clima de algum outro filme dele, e você está gostando dessa cena, e lembra que gostou tanto daquele outro filme. tem as histórias (ou trajetos) que se cruzam, e você lembra que isso era tão legal nos outros filmes. tem a música. tem a fumaça. as pessoas sempre tão sexy. os pequenos gestos. as narrações. os letreiros. a fotografia. as técnicas que ele sempre usa. aquela impressão de que a vida é algo tão estético.
só que a vida não é algo tão estético. não é só o arrebatamento diante do belo, mas acho que também deve ter algo a ver com a coerência com o bom. acho que não dá para se distanciar muito do que é certo. do que é algo básico. depois do dia 5 vai ser o dia 6, (a não ser que se mude a forma de contar os dias). a pessoa come não só porque é bom, mas porque o corpo precisa.
e o filme é tão poético. mas no final das contas ele serve para mostrar de uma forma quase racional porque aquela poesia é importante para a pessoa. é quase como se fosse possível fazer um esquema (embora não seja propriamente viável). mostra tantas referências a sua própria poesia que é quase possível ver a matéria com que ela é feita. é um filme tão poético que chega a ser racional. porque às vezes é preciso mais matemática na vida.